“Thor: Amor e Trovão”: entenda as referências à mitologia nórdica do novo filme
Dois bodes, um navio e a árvore da vida. O deus do trovão chega ao seu quarto filme solo, mas ainda há espaço para elementos mitológicos inéditos. Confira.
Depois de se despedir da Terra (e se unir aos Guardiões da Galáxia) em Vingadores: Ultimato (2019), Thor (Chris Hemsworth) retorna aos cinemas em Thor: Amor e Trovão, que estreia nesta quinta-feira (7). O herói é agora o personagem com mais filmes solo dentro do Universo Cinematográfico da Marvel, o MCU.
No filme, dirigido por Taika Waititi (também o diretor de Thor Ragnarok, de 2017), Thor está em uma jornada de autoconhecimento. Porém, ele precisa voltar à ativa quando uma nova ameaça surge. Gorr, o Carniceiro dos Deuses (Christian Bale), busca aniquilar todos os deuses do universo – uma retaliação ao descaso que sofreu pela divindade a quem adorava.
Amor e Trovão também traz de volta Valquíria (Tessa Thompson), que agora comanda Nova Asgard; Korg, o gigante de pedra com sotaque neozelandês interpretado por Waititi; e Jane Foster (Natalie Portman), o grande amor de Thor e que, agora, é capaz de empunhar o Mjolnir (e de realizar todas as outras façanhas do deus do trovão).
Mesmo chegando ao quarto filme, a franquia Thor ainda tem espaço para aparições inéditas de elementos da mitologia nórdica. Confira alguns deles abaixo. A gente promete: não há nenhum spoiler.
Um par de bodes
Nas histórias escandinavas, Thor monta uma carruagem puxada por dois grandes bodes, Tanngrisnir e Tanngnjóstr, que o levam a qualquer um dos nove reinos (Asgard é um desses reinos; Midgard, a Terra, outro). Os fiéis companheiros do deus do trovão podem ser ressuscitados – mas quebrar os ossos dos animais enquanto eles estivessem mortos atrapalhava o processo.
Foi o que aconteceu em uma das histórias, quando Thor precisou matar os bichos para que ele, Loki e uma família de fazendeiros jantassem. Na manhã seguinte, os bodes voltaram à vida. Só que Loki havia convencido uma das crianças da família a quebrar um osso do pedaço de carne. O animal reviveu, mas ficou manco.
No trailer, dois bodes gigantes aparecem conduzindo um navio pela Bifrost, a ponte que conecta mundos.
Naves (ou melhor, navios)
A civilização viking conquistou terras e reconhecimento em grande parte por conta da qualidade dos seus barcos. E os esforços náuticos dos escandinavos são refletidos nos seus mitos, como o do navio Skidbladnir, pertencente a Odin.
Nas lendas, a embarcação é aclamada como a melhor que existe, capaz não só de navegar pelo mar, como também de voar. Para o Skidbladnir, há sempre vento favorável para suas velas, avança em linha reta ao seu destino (sem curvas, atalhos ou imprevistos) e pode ser dobrado várias vezes até caber em uma bolsinha.
No filme, algumas embarcações cruzam o céu de Nova Asgard, cidade costeira onde moram os asgardianos que sobreviveram ao Ragnarok, além do navio puxado pelos bodes. Considerando a história e importância da navegação para a tradição viking, nada mais justo do que ter um navio como principal meio de viagem.
A árvore da vida
Talvez um dos elementos mais emblemáticos e característicos da mitologia nórdica seja a Yggdrasil. Ela seria uma árvore gigantesca, no centro do universo, que liga todos os nove mundos. No topo fica Asgard, a morada dos deuses; no meio do tronco está Midgard, o mundo comum dos mortais; nas raízes, Hel, submundo onde as almas de alguns mortos habitam. Segundo lendas, as folhas da Yggdrasil podem trazer pessoas de volta à vida, e bastaria um de seus frutos para sanar qualquer doença.
Uma representação da árvore pode ser vista na camiseta de Thor, em um dos primeiros trailers lançados. Há mais uma referência à Yggdrasil em outro momento do filme. Mas não vamos entregar mais do que isso.