A primeira cesárea da história
A primeira em que mãe e bebê sobreviveram, no caso. E foi em 1337.
Noventa por cento das cesáreas no século 19, na Europa, ainda matavam a gestante, a criança ou os dois. Mas um grupo de cientistas da República Tcheca descobriu agora, entre documentos da corte do rei João, o Cego (da Boêmia), registros de uma cesárea bem-sucedida ainda na Idade Média. É a primeira da história em que mãe e bebê sobreviveram.
O procedimento foi por acaso: no inverno de 1337, em Praga, a rainha Beatrice de Bourbon entrou em trabalho de parto aos 17 anos. De tanta dor, ela desmaiou, o que fez as parteiras acreditarem que estava morta. Assim, para salvar o bebê, os médicos fizeram um corte na barriga da moça – sem anestesia ou esterilização, é claro. Foi quando Beatrice acordou e os médicos resolveram fechá-la. Ela sobreviveu.
“O rei João se mantinha cercado dos melhores profissionais da saúde de seu tempo, porque tinha problemas de visão”, escreve Antonín Parízek, autor do estudo. Depois disso, a rainha viveu mais 40 anos, e a criança virou o rei Venceslau 1o. O parto parece mesmo ter sido uma novidade: pelo menos três cartas mencionam o “milagre”. Até então, acreditava-se que a primeira cesárea havia acontecido em 1500, na Suíça.