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Arqueólogos encontram taverna de 5 mil anos no Iraque

O lugar, frequentado pela classe média de Lagash, tinha bancos, cozinha e espaço para comer ao ar livre.

Por Luisa Costa
2 fev 2023, 16h06

No sul da Mesopotâmia, há quase 5 mil anos, as pessoas se encontravam fora de casa para comer e beber. Prova disso é a taverna que uma equipe de arqueólogos da Universidade da Pensilvânia (EUA) e da Universidade de Pisa (Itália) encontrou nas últimas escavações por lá.

A taverna, de 2,7 mil a.C., foi desenterrada em Lagash, uma antiga cidade que hoje faz parte do Iraque. O espaço repleto de bancos inclui cozinha e uma área em que, acredita-se, as pessoas comiam ao ar livre. Os arqueólogos ainda encontraram um antigo “refrigerador” feito de argila, para conservar a comida, um forno e restos de potes de cerâmica que guardavam alimentos – muitos deles ainda com resquícios de peixes. Tudo estava a aproximadamente 50 centímetros da superfície.

A cidade existiu entre o quinto milênio a.C. e o segundo século d.C. Mas foi durante o terceiro milênio a.C. que ela se tornou uma das maiores ao sul da Mesopotâmia. Hoje, Lagash é um importante sítio arqueológico, assim como Ur (a moderna ​​Tell el-Muqayyar, também no Iraque), a 48 quilômetros a sudoeste.

“O lugar tinha grande importância política, econômica e religiosa [para o sul da Mesopotâmia]“, disse Holly Pittman, arqueóloga da Universidade da Pensilvânia e diretora das escavações, em comunicado. “Nós também acreditamos que Lagash era um centro populacional significativo que contava com terras férteis e pessoas dedicadas a manufaturas.”

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Os arqueólogos começaram a última rodada de escavações em Lagash no ano de 2019, junto a pesquisadores da Universidade de Cambridge e do Iraqi State Board of Antiquities and Heritage – uma das maiores instituições de arqueologia e patrimônio cultural do Oriente Médio.

A equipe usou uma série de tecnologias novas, investigando a intensidade magnética do que estava escondido no subsolo, extraindo amostras com precisão cirúrgica e fazendo fotografias com drones. Eles ainda coletaram e estudaram amostras do solo para entender a evolução geológica do sítio arqueológico.

Eles acreditam que as descobertas que fizeram apoiam a hipótese de que a sociedade de Lagash não era organizada somente entre a elite e as pessoas escravizadas – também existia uma antiga classe média. “Havia um espaço público onde as pessoas podiam se sentar, tomar uma cerveja ou comer seu ensopado de peixe, porque elas não trabalhavam sob a tirania dos reis”, afirma Goodman. “Isso já é algo que nos fornece uma história muito mais colorida da cidade.”

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