Casa de banho romana do século 5 é encontrada sob dunas de areia na Espanha
Locais projetados para banhos públicos, relaxamento e atividades sociais eram comuns na Antiga Roma. Os pesquisadores encontraram também artefatos dos séculos 12 e 13.
Recentemente, arqueólogos da Universidade de Cádiz, na Espanha, trabalharam em escavações na costa sudeste do país, na região de Andaluzia – e acharam um “tesouro”. Escondido sob dunas de areia, estava um grande complexo de banho romano do século 5 d.C.
O antigo local encontrado pelos arqueólogos fica próximo ao vilarejo de Caños de Meca. Segundo a equipe, a estrutura está bem preservada. As paredes têm 4 metros de altura, e estima-se que o lugar já teve uma área de 10 mil metros quadrados.
Até agora, os arqueólogos escavaram dois quartos de banho do complexo e encontraram restos de estuque (um tipo de argamassa), mármore vermelho, branco e preto, usados para decorar o local. Além disso, há estruturas de paredes duplas, que, no passado, permitiam aos romanos criar cômodos aquecidos para banhos e saunas.
Estabelecimentos como esse, projetados para banhos públicos, relaxamento e atividades sociais, eram muito comuns entre os romanos, que começaram a conquistar territórios na Península Ibérica no século 2 a.C. As grandes “termas” (que vem do latim thermae) do Império Romano seguiam alguns padrões. Geralmente, os estabelecimentos compreendiam um grande jardim aberto cercado pelos quartos de banho, banheiros menores e pátios.
Além disso, os pisos dos banhos públicos eram geralmente de mármore ou mosaico. As paredes eram revestidas de mármore até certa altura, decoradas na parte de cima com relevos de estuque e mármore.
Os banhos romanos variavam em tamanho, e os estabelecimentos poderiam ser ou casas particulares ou grandes termas públicas. Todos eles contavam com um sistema de fornecimento de água quente, morna e fria, além da circulação de ar aquecido através de paredes ocas – estruturas verificadas nas escavações recentes.
Outras descobertas
Além do complexo de banhos, a escavação revelou também fragmentos de cerâmica medievais, que provavelmente datam do século 12 ou 13.
Mas as descobertas em Andaluzia não pararam por aí. Em outra escavação da Universidade de Cádiz, no Cabo de Trafalgar, arqueólogos encontraram uma tumba de 4 mil anos bastante preservada. Ela abrigava restos mortais de pelo menos sete cadáveres, incluindo o esqueleto completo de uma mulher adulta.
Foram encontradas também cerca de sete “piscinas de salga” romanas, com profundidade de até 2 metros. Essas piscinas eram usadas para preparar e preservar alimentos, incluindo “garum”, um molho fermentado feito de tripas de peixe, ervas e sal.