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Crianças da civilização maia tinham piercing nos dentes, segundo arqueólogos

Estes dentes são a primeira evidência de joias nos dentes de crianças maias, uma prática bem difundida entre os adultos da civilização mesoamericana.

Por Eduardo Lima
2 set 2025, 19h00

Já viu alguém com piercing no dente? Essa é uma pergunta que poderia ser feita tanto no Brasil de 2025 quanto na Mesoamérica de mil anos atrás. Três dentes de crianças da civilização maia, do século 10 d.C., foram encontrados com incrustações de pedras de jade.

A novidade aqui não está nas joias dentárias, mas sim nas pessoas que estavam usando elas. Os piercings já tinham sido encontrados em dentes de adultos e adolescentes maias que morreram antes da chegada dos colonizadores europeus, mas essa é a primeira vez que os arqueólogos identificaram a mesma prática entre crianças.

As modificações nos dentes, como esses piercings e outras incrustações e gravuras, eram comuns entre os maias desde 250 d.C. até praticamente o fim da civilização. As incisões eram feitas com ferramentas de pedra para colocar pedras de jade ou obsidiana.

O estudo dos piercings dentários infantis, uma parceria entre arqueólogos e dentistas mexicanos, foi publicado na revista científica Journal of Archaeological Science: Reports.

Por que usavam piercings?

Os três dentes, dois incisores e um canino, fazem parte da coleção de esqueletos pré-hispânicos do Museu Popol Vuh, na Universidade Francisco Marroquín, na Guatemala. Esses restos mortais são de crianças entre 8 e 10 anos de idade, de acordo com novas análises lideradas pelo dentista Marco Ramírez-Salomón.

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Esses dentes foram doados para o museu soltos, sem nenhum contexto arqueológico. Não dá para saber qual era o status social da família dessas crianças, ou mesmo em que região da América Central elas viveram.

Apesar da falta de informações, os pesquisadores acreditam que os dentes provavelmente receberam os piercings enquanto as crianças estavam vivas. O único outro dente de criança com uma incrustação conhecido veio do Belize, de alguém com 3 ou 4 anos. Mas é muito capaz que essa pessoa tenha recebido a joia só depois de morrer.

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Mesmo sem o contexto do sítio arqueológico, dá para formar algumas hipóteses sobre os piercings. Talvez, enfeitar os dentes das crianças assim seja uma prática regionalmente localizada, e por isso as evidências são escassas em outras áreas que foram habitadas pelos maias.

Ou, quem sabe, as joias dentárias poderiam ser uma tradição para conferir um status de maturidade social para os pré-adolescentes que recebiam esses piercings. Na civilização maia, as crianças passavam a trabalhar como adultas perto dos 10 anos. Seria um bom momento para marcar alguma distinção entre pequenos e grandes: talvez com um enfeite no sorriso.

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