O kilt, ou saiote escocês, é uma adaptação de uma túnica de lã chamada plaid, cuja origem ninguém conhece ao certo. Supõe-se que ela tenha sido usada desde o século 6 antes de Cristo pelos celtas, os antigos habitantes das terras altas da Escócia.
Era um traje com comprimento até os joelhos, como o moderno kilt. O tecido xadrez com o qual se fazia o manto foi batizado de tartan (quadriculado, no idioma celta). Era a roupa perfeita para o frio das montanhas escocesas. Além de quente, a lã protegia contra a umidade. Por isso acabou virando a vestimenta dos montanheses. “As calças compridas só foram trazidas às Ilhas Britânicas pelos anglo-saxões, a partir do século V da nossa era”, afirma a historiadora de moda Mitsuko Shitara, da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo.
Mesmo assim, os descendentes dos celtas que habitavam as highlands (terras altas) continuaram usando suas túnicas. Como os tartans eram tingidos com plantas de diferentes regiões da Escócia, os clãs dominantes em cada distrito começaram a ser reconhecidos de acordo com o padrão xadrez de seus kilts.
No século 19, o movimento romântico tentou fazer das saias de lã um símbolo nacional da Escócia. “Isso desagradou aos moradores das planícies, que usavam calças e achavam o kilt um sinal de barbarismo”, contou o historiador escocês Alex Woolf, da Universidade de Edimburgo. Mas o fato é que a moda pegou. Hoje é comum ver homens de kilt pelas ruas das cidades escocesas.