Impérios arcaicos e multirraciais marcavam o mapa da Europa e do Oriente Médio em 1914. Na parte leste e central do continente, a família real dos Habsburgos governava desde o século 13. Seu império – o Austro-Húngaro – era uma colcha de retalhos que reunia diversas línguas, religiões e etnias. Cristãos, judeus e muçulmanos, bósnios, sérvios e croatas… Todos sonhavam com a independência.Grudado aos austro-húngaros havia o Império Alemão, que incluía territórios hoje pertencentes a países como a Polônia e a França. Mais ao norte se estendia o Império Russo, governado pela dinastia Romanov: um Estado gigantesco que ia das atuais Estônia e Finlândia ao extremo leste da Ásia. Estratégicas margens do Mediterrâneo e do mar Vermelho, por sua vez, eram dominadas pelos sultões do Império Otomano – um colosso vacilante e enfraquecido.
O mundo depois da 1ª Guerra
Quatro impérios desmoronaram no terremoto da 1ª Guerra Mundial. A monarquia alemã foi derrubada por um levante popular em 1918 e perdeu boa parte de seu território. Após a queda da dinastia Romanov na Rússia, Finlândia, Estônia, Letônia e Lituânia tornaram-se independentes. Dos escombros do Império Austro-Húngaro nasceram a Iugoslávia e a Checoslováquia – países que, ao longo do século 20, se desmembrariam em Sérvia, Croácia, Bósnia, Kosovo, Montenegro, República Checa e Eslováquia. No Oriente Médio, as províncias do derrotado Império Otomano viraram butim dos vencedores. Ingleses e franceses inventaram as fronteiras de Síria, Líbano, Iraque, Palestina e Jordânia. Todos esses territórios – mais o Egito – entraram no pós-guerra sob o título de mandatos ou protetorados. Na prática, viraram colônias da Europa e só ganhariam independência décadas mais tarde.