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O que foi o Projeto Manhattan?

Com medo dos nazistas, os americanos chegaram à bomba atômica primeiro.

Por Lígia dos Anjos
Atualizado em 22 nov 2019, 18h11 - Publicado em 28 fev 2019, 14h57

O Projeto Manhattan foi o programa dos EUA que criou as bombas nucleares. Ele surgiu durante a 2ª Guerra Mundial, por causa do perigo que os nazistas representavam aos Aliados com o avançado conhecimento que físicos alemães tinham sobre energia atômica.

Ao longo do conflito, outras potências, como URSS e Japão, também tinham planos de desenvolver essas armas devastadoras. Os EUA chegaram lá primeiro, em uma jornada que começou com Leo Szilard, físico húngaro naturalizado americano, que convenceu o governo de que os alemães poderiam ser pioneiros na tecnologia.

Cronologia do terror

Agosto de 1939 – Cartas na manga

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(Wildner Lima/Superinteressante)

Franklin Roosevelt, presidente dos EUA, recebe uma carta escrita pelo físico Leo Szilard e assinada por Albert Einstein, que já era famoso. O texto alertava que os nazistas estavam explorando urânio na então Checoslováquia, recém-anexada: “É concebível (…) que possam construir bombas de um novo tipo extremamente poderoso”, dizia a carta.

Setembro de 1939 – De fora, mas de olho

Projeto-Manhattan_2
(Wildner Lima/Superinteressante)

A Alemanha invade a Polônia, dando início à 2ª Guerra Mundial. Enquanto isso, nos EUA (que por enquanto ficam de fora do conflito), Roosevelt autoriza o início das pesquisas para o Projeto Manhattan, convencido de que o país deveria ganhar a corrida nuclear para estar pronto para a guerra.

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2 de dezembro de 1942 – Megalomania

Projeto-Manhattan_3
(Wildner Lima/Superinteressante)

O primeiro reator nuclear é inaugurado em Los Alamos, no Novo México. É o início oficial do projeto, comandado pelo general Leslie Groves e pelo físico Robert Oppenheimer. O programa tem estrutura de grande empresa, com 150 mil pessoas trabalhando em quatro Estados (Illinois, Tennessee e Washington, além do Novo México).

16 de julho de 1945 – Primeiro teste

Projeto-Manhattan_4
(Wildner Lima/Superinteressante)

A Trinity explode no Novo México com um poder de 20 quilotons e um cogumelo de 12,1 km de altura. O evento deveria ser realizado depois da Conferência de Potsdam, em que os Aliados decidiriam o futuro da Alemanha recém-derrotada, mas o presidente Harry Truman, que sucedeu Roosevelt, pediu que acontecesse antes.

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Julho de 1945 – Protestos

Projeto-Manhattan_5
(Wildner Lima/Superinteressante)

Desgostosos com os rumos tomados pelo projeto, muitos cientistas passam a criticá-lo abertamente e o abandonam. Leo Szilard faz uma petição exigindo controle internacional para armas atômicas e consegue que seja assinada por 155 colegas. Oppenheimer, no entanto, impede a circulação do manifesto.

Agosto de 1945 – Massacre

Projeto-Manhattan_6
(Wildner Lima/Superinteressante)

Devido ao sucesso da Trinity, os EUA despejam, no dia 6, a Little Boy sobre Hiroshima, no Japão (com o qual ainda estão em guerra). Debaixo de um cogumelo de 6 km de altura e 15 quilotons, cerca de 120 mil pessoas morreriam – na explosão ou nas decorrências radioativas. Três dias depois, a Fat Man (21 quilotons) mata cerca de 50 mil em Nagasaki.

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2 de setembro de 1945 – Paz

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(Wildner Lima/Superinteressante)

Devastado pelo ataque às duas cidades e pela ofensiva dos soviéticos às suas colônias, o Japão se rende e a guerra acaba. O Projeto Manhattan entra em um ritmo de desligamento, até encerrar todas as atividades em 15 de agosto de 1947.

1945-1991 – Guerra Fria

Projeto-Manhattan_8
(Wildner Lima/Superinteressante)

Conforme os cientistas haviam previsto, o ataque ao Japão iniciou uma corrida armamentista desenfreada entre EUA e URSS ao longo da Guerra Fria. O Projeto Manhattan estava encerrado, mas os EUA ergueram um arsenal que hoje conta com 2,3 mil armas prontas para ação, além de outras 4.480 desativadas ou desmontadas.

Fontes: Livro Os Homens do Fim do Mundo: O Verdadeiro Dr. Fantástico e o Sonho da Arma Total, de P.D. Smith, Critical Assembly: A Technical History of Los Alamos During the Oppenheimer Years, 1943-1945 (vários autores); sites Bulletin of the Atomic Scientists e Guardian

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