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Placa grega de dois mil anos é uma espécie de “anuário escolar”

Objeto recém-traduzido lista os nomes de trinta jovens atenienses - que acabavam de concluir um ano de estudos destinado a prepará-los para a vida adulta

Por Luisa Costa
Atualizado em 26 jul 2022, 13h42 - Publicado em 10 jun 2022, 16h15

Uma placa de mármore da Grécia Antiga está na coleção do Museu Nacional da Escócia há mais de cem anos, mas o significado de suas inscrições era um mistério. Agora, o projeto inglês Attic Inscriptions descobriu que se trata de uma lista de jovens atenienses recém-formados.

Os jovens da lista tinham acabado de concluir um ano de estudos destinado a prepará-los para a vida adulta, chamado ephebate – palavra semelhante a éphebos (ou “efebo”, em português), que designava adolescentes ou jovens adultos na Grécia Antiga.

Acredita-se que a prática surgiu no século 4 a.C. e persistiu pelo menos até o século 3 d.C. Inicialmente, consistia em um treinamento militar oferecido aos efebos, mas a partir do século 1 d.C. passou a incluir estudos filosóficos e literários.

Nessa época, não-cidadãos atenienses (como estrangeiros e ex-escravos) começaram a participar do ephebate também. A placa, que data justamente desse período, é uma das primeiras evidências dessa inclusão.

No século 1 d.C., Atenas continuava a funcionar como uma cidade-estado independente, apesar de ter sido conquistada pelo Império Romano em 146 a.C., assim como o restante da península grega. As inscrições desse período são relativamente raras: a placa recém-traduzida é uma das vinte sobreviventes.

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O que está escrito na placa

A placa de dois mil anos registra cerca de 30 nomes, como Attikos, Anthos, Herakon e Theogas. Segundo os pesquisadores responsáveis pela tradução, esses jovens fariam parte de uma turma com 100 ou 200 alunos. Outros deles teriam registrado seus nomes em uma placa localizada no Museu Ashmolean (Inglaterra).

Curadora do museu segurando uma das placas com inscrições gregas.
Margaret Maitland, que aparece na foto, é curadora do Museu e colaborou com o Attic Inscriptions para a tradução da placa de dois mil anos. (National Museums Scotland/Divulgação)

Segundo Peter Liddel, historiador da Universidade de Manchester (Inglaterra) que faz parte do Attic Inscriptions, a placa é o equivalente antigo de um anuário de graduação. “Mas este foi criado por indivíduos que queriam se sentir como amigos.”

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A ideia era comemorar os vínculos formados na esperança de que eles fossem duradouros. As inscrições se referem aos efebos como “amigos” ou “companheiros”. Em alguns casos, os nomes foram registrados de forma abreviada (como, usando um exemplo do português, “Cadu” em vez de “Carlos Eduardo”).

O efebo inscritor (que aparece primeiro na lista) chama-se Attikos, e apresenta-se como a figura central do círculo de amigos. Depois dele, são nomeados jovens que pertenciam a famílias da elite ateniense. Na parte inferior da placa, estão os não-cidadãos. Por último, em letras maiores, vem uma referência ao imperador romano Cláudio (que reinou de 41 a 54 d.C.).

Há também uma ânfora de óleo esculpida no topo da placa, que faz referência às competições atléticas intimamente relacionadas às ideias de masculinidade e identidade grega nesse período.

Você pode conferir a tradução na íntegra neste link, no site do projeto Attic Inscriptions.

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