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7 palavras que surgiram com uma conotação sexual ou chula

Hoje, elas são usadas sem o menor pudor.

Por Lygia Rebello
Atualizado em 28 fev 2019, 17h25 - Publicado em 30 abr 2002, 22h00

Um menino chega para uma amiga e comenta que está com dores na virilha. A menina, vermelha de vergonha, fica sem jeito e vai embora. Hoje, essa cena não faria o menor sentido, mas, no século XIII, essa seria a reação esperada. A palavra “virilha” não era lá um termo muito educado para se dizer a uma donzela. Da mesma forma, muitas outras palavras surgiram com uma conotação sexual ou chula e, hoje, são empregadas no dia a dia sem o menor pudor.

Conheça algumas:

1. Virilha

Sexo na boca do povo: virilha

Na Idade Média, era tida como palavra obscena, pois deriva do latim virilia, nome dado às partes sexuais do homem. Com o passar do tempo, e pela proximidade anatômica, a palavra comportou-se e passou a designar os músculos localizados na junção da coxa com o tronco.

 

 

2. Esculhambar

Sexo na boca do povo: esculhambar

Vem do termo “colhão” (testículo) e apareceu com esse sentido no final do século XIII. Há também estudiosos que afirmam que o vocábulo foi oriundo de “ânus”, daí a palavra ter, na segunda sílaba, um sinônimo mais vulgar para o termo. O processo pelo qual esse verbo deixou seu passado chulo é pouco conhecido. Atualmente, a palavra é sinônimo de avacalhar, desmoralizar, ridicularizar.

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3. Bacana

Sexo na boca do povo: bacana

A teoria mais conhecida sobre o passado desse vocábulo afirma que bacana se originou da palavra bacanal – festa pouco comportada em homenagem a Baco, deus do vinho na Roma antiga. A palavra seria o feminino de bacano – ou seja, um termo utilizado para designar as mulheres que participavam das bacanais.

Outra corrente admite “bacana” como uma variante de macana, uma arma parecida com uma clava usada pelos índios taínos, do Haiti. De macana surgiu o derivado “macanudo”, com sentido de “grosso como um tacape”, que depois passou a significar “grande” e “extraordinário”.

4. Babaca

Sexo na boca do povo: babaca

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Usado, em tempos antigos, como sinônimo chulo do órgão sexual feminino. Babaca vem do latim balbu, originalmente gago, que deu em bobo, sendo boboca e babaca algumas de suas derivações. Babaquice, hoje o mesmo que besteira ou asneira, era o termo utilizado para indicar “o gosto de focinhar a babaca”, como registra o Dicionário de Termos Eróticos e Afins, de Horácio de Almeida (Editora Civilização Brasileira, 1981).

5. Coitado

Sexo na boca do povo: coitado

Há contradições sobre a origem desse vocábulo. Alguns especialistas acham que vem de coito (ato sexual). Eles acreditam que a palavra tenha se originado do latim coitus – união, cópula –, que se mesclou com o particípio do verbo coagere, coactus. Esse verbo (que significava “juntar”) seguiu vivo no espanhol com os verbos coger e agarrar, que vulgarmente indicam o ato sexual. Para essa teoria é possível que exista a relação de coitado com desgraçado – afinal, antigamente o ato sexual era usado metaforicamente para designar desgraça e aflição das donzelas que perdiam a virgindade.

Mas, atenção! Para a maioria dos conhecedores da língua portuguesa, essa teoria está furada. Segundo eles, coitado vem de coita – palavra presente nos dicionários atuais e que manteve seu sentido original como sinônimo de desgraça, aflição, pena ou mal. E que não tem nada de obsceno.

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6. Aporrinhar

Sexo na boca do povo: aporrinhar

A mesma coisa que apoquentar ou aborrecer. O termo surgiu no final do século XIX e é um vocábulo que faz parte do grupo dos descendentes da palavra “porra”, tais como pô, porrada (grande quantidade ou pancada), esporro (bronca, na linguagem coloquial) e porra-louca (pessoa sem noção de responsabilidade). Todas elas perderam a conotação sexual que sua palavra de origem mantém até hoje.

“Porra”, definida nos dicionários como esperma ou pênis, é um termo antigo que significava “clava com saliência arredondada num dos extremos”. Por ironia do destino, o vocábulo, até o século XV, estava longe de fazer parte do clã dos palavrões e do vocabulário chulo. Ele servia para designar um cetro eclesiástico usado por autoridades da Igreja durante procissões e outras cerimônias.

7. Recuar

Sexo na boca do povo: recuar

Não é preciso muita imaginação para decifrar de onde provém esse vocábulo, sinônimo de hesitar e retroceder. A palavra é derivada do latim reculare, assim como os termos recular (espanhol), rinculare (italiano) e reculer (francês), todos com origem datada do século XVI. Recuar é literalmente ir com o ** para trás (os asteriscos designam uma palavra de duas letras que talvez fosse melhor representada por um asterisco só). É também a ação de evitar ser acuado, isso é, ser ameaçado de tomar naquele lugar.

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