Conheça o leite de laboratório que é igualzinho ao original – e está chegando às prateleiras
O leite não é feito a partir de soja, amêndoas ou coco, mas de proteínas animais produzidas pela fermentação.
Depois da carne criada em laboratório, prepare-se: vem aí o leite artificial. Não, não é mais um leite de soja – parece que, dessa vez, a cópia tem o mesmo gosto do leite orgânico. A invenção é de uma startup de São Francisco, nos EUA, que diz ter encontrado um jeito de suprir a galera que ama leite, queijo e sorvete – mas que também detesta a perspectiva das vaquinhas sofrerem (e de ter que emitir gases estufa) para isso.
A tal startup se chama Perfect Day (Dia Perfeito, em inglês), e desenvolveu o leite de laboratório combinando leveduras, nutrientes de plantas e DNA de vacas. Então, além do sabor, a empresa diz ter conseguido reproduzir o mesmo valor calórico e nutricional do leite orgânico.
A ideia é dar uma aliviada na dieta de quem não quer comer nada derivado de animais, mas que, ainda assim, tem dificuldade de deixar o queijo e outros derivados deliciosos de lado. Isso porque as alternativas para o leite animal, em geral, são tão ruins – e caras – que a maioria das pessoas não quer nem prová-las.
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Segundo a empresa, o que falta nesses produtos alternativos é a proteína do leite, que é justamente o que dá o gostinho e o valor nutricional ao leite original. O que eles fazem é misturar o DNA das vaquinhas (que já está disponível na indústria graças a anos e anos de pesquisas genéticas) à levedura, adicionar um pouco de açúcar e pronto: as proteínas do leite são produzidas pelo processo natural da fermentação.
Depois, essas proteínas são combinadas a mais açúcar, a gorduras e a nutrientes vegetais e a mágica está feita. Basicamente, é o mesmo processo que a vaca faz naturalmente: transformar gordura, açúcar e nutrientes vegetais em… Leite.
Ao contrário da carne de laboratório, que ainda não tem previsão de chegada ao mercado, o leite da Perfect Day deve estar nas prateleiras em 2017: os caras vão começar com produtos derivados, como iogurte e sorvete, para só depois vender o leite em si. O preço, segundo a Perfect Day, será muito parecido com o do leito orgânico.
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A startup já reuniu US$ 4 milhões de vários investidores, e já deu palestras sobre o leite de laboratório inclusive para fazendas produtoras de leite. Isso porque a Perfect Day pode ser a solução para uma série de problemas que a indústria enfrenta – poluição das águas e mudança climática, por exemplo, já que a criação de gado é responsável por cerca de 3% das emissões de carbono do mundo, e, junto com a agricultura, por 25% das emissões de metano.