O que você precisa para ter um bar em casa
Os utensílios básicos para sua cozinha virar uma bancada de bar
Você não precisa de nada muito tecnológico ou caro para fazer coquetéis em casa. Na realidade, o equipamento básico de uma cozinha doméstica dá conta de grande parte do serviço. Mas vai ter aquela hora em que a colher não alcança o fundo do copo, ou você não tem uma taça de martini. Melhor deixar o arsenal em dia.
Copos
Existem dezenas de tipos de copos e taças para bar – dá inclusive para inventar formas sob encomenda. Para o dia a dia e festas pequenas, entretanto, três modelos são o suficiente. Sugiro que você adquira um jogo com seis de cada um. Caso vá organizar uma festa maior, cogite alugar as taças.
1) Copo highball
Copo longo e cilíndrico, típico de drinques com sucos ou soda e bastante gelo. Outro modelo que frequenta muito os armários de cozinha.
2) Taça martini
Dos copos indicados, este é o único que não se acha com facilidade num armário de cozinha qualquer. A taça martini tem pé circular, haste longa e bojo cônico. É a típica taça de coquetel, usada especialmente para drinques, batidos ou mexidos, que são coados e servidos sem gelo.
3) Copo old fashioned
É por esse nome que os barmen chamam o copo baixo, cilíndrico, em que os seres humanos normais servem uísque com gelo. Duvido que você não tenha alguns em casa.
4) Coqueteleira
Indispensável para bater coquetéis com gelo. Você deve escolher entre dois modelos básicos. A coqueteleira de Boston é favorita da maioria dos profissionais. É composta por dois copos – um de metal e outro de vidro grosso – que se encaixam por pressão e desencaixam na porrada. Pode ser prático para quem vive do ofício, mas no uso doméstico é um chamariz de acidentes constrangedores e hematomas no punho. Mais simples de operar é a coqueteleira metálica com três partes: copo, coador e tampa. Caso não tenha nenhuma coqueteleira em casa, dá para improvisar com um vidro de palmito. É válido na intimidade do lar, mas numa festa equivale a receber os convidados vestindo pijama e chinelos.
5) Dosador
Não se separe dele. Mesmo os bartenders mais experientes trabalham com medidas precisas dos ingredientes. Fazer no olhômetro é acochambração.
6) Colher bailarina
Nada mais que uma colher de café com o cabo muito longo e fino, necessária para mexer drinques preparados no copo alto.
7) Coadores
Coquetéis coados devem passar por duas peneiras: a mais grossa retém os pedaços de fruta e de gelo, enquanto a tela fina impede a passagem de fragmentos menores. As coqueteleiras com tampa já vêm com o coador grosso, mas você vai precisar comprar um caso opte pela coqueteleira de Boston. Trata-se de um utensílio plano, metálico, com cabo e uma mola que se encaixa no copo da coqueteleira. A coagem fina se resolve com qualquer peneira de cozinha (quanto menor, mais prática).
8) Pinça para gelo
Um utensílio para evitar gostos indesejados. Você está com as mãos lavadas – presumivelmente – enquanto prepara coquetéis, mas manuseia ingredientes o tempo todo. Corta limão, pega hortelã, fatia laranja, aipo, cebolinha… todos esses aromas podem aparecer de surpresa num drinque, se você pegar o gelo com a mão.
9) Socador para caipirinha e tábua de corte
São utensílios presentes na maior parte das cozinhas, mas não especificamente para a preparação de coquetéis. O pilão pode ser usado para amassar alho, por exemplo – você não quer esse gosto na sua caipirinha, quer? Assim, é melhor ter utensílios separados para evitar a contaminação de seus drinques.
Faça seus drinques
Bar equipado, é hora de aprender alguns fundamentos da coquetelaria. Como ocorre com qualquer alimento, um bom drinque deve ter gosto agradável e equilibrado, além de ser servido na temperatura adequada. Essa temperatura, na imensa maioria das vezes, é gelada. Por isso o gelo é tão importante no ofício.
Existem três modalidades básicas de coquetéis, de acordo com o método de preparo:
Montados
São os coquetéis preparados no próprio copo. Os ingredientes são acrescentados um a um e misturados com a colher bailarina. Bons exemplos são o bloody mary (feito com suco de tomate, vodca e temperos), o negroni (gim, vermute e Campari) e a caipirinha. No caso da caipirinha, soma-se a técnica secundária da maceração – extrair o sumo da polpa e da casca do limão com a pressão do socador.
Mexidos
Estes coquetéis são preparados em um recipiente à parte e depois transferidos para o copo. Os profissionais fazem a mistura dos ingredientes num copo grande chamado mixing glass – em geral, a parte de vidro da coqueteleira de Boston –, porém é possível usar qualquer copo ou pote com capacidade de meio litro ou mais. A mistura é feita com bastante gelo, que é descartado, e coada no copo de serviço. Caso a bebida demande gelo, você deve utilizar pedras novas; quando não pede, é preciso resfriar antes a taça, no congelador ou com pedras de gelo. Isso retarda o aquecimento do coquetel pronto. O drinque mexido mais clássico de todos é o dry martini, apesar do personagem James Bond preferi-lo batido (chegaremos a esse tópico daqui a pouco).
Batidos
Assim como os drinques mexidos, os coquetéis batidos são preparados em um artefato à parte: a coqueteleira. Ela é preenchida com gelo e os ingredientes, na ordem que você quiser, e tampada. Então o barman dá seu show, sacudindo a coisa para lá e para cá. O drinque é coado sobre o copo, que também deve ter gelo novo ou ter sido resfriado antes. Ótimos exemplos de coquetéis batidos são os sours, categoria à qual pertencem a margarita, o pisco sour e o daiquiri.
Este conteúdo foi publicado originalmente no livro Cozinha Bruta, do jornalista Marcos Nogueira