Radiação contra poluição
Aparelho poderá ser usado pelas indústrias brasileiras no tratamento da água poluída por substâncias tóxicas difíceis de serem decompostas nas estações convencionais.
Se der certo, o método poderá ser usado pelas indústrias brasileiras no tratamento da água poluída por substâncias tóxicas difíceis de serem decompostas nas estações convencionais. As amostras de água contaminadas são submetidas ao bombardeio de um feixe de elétrons, capaz de quebrar suas moléculas e reagrupá-las em compostos biodegradáveis. Como a energia dos elétrons, obtida em um acelerador de partículas industrial, é muito baixa, a água tratada não se torna radioativa e pode servir para o abastecimento. Os primeiros resultados foram promissores. Testes realizados pelo Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da USP junto com o Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares (Ipen) demonstraram que houve uma destruição de 98% de pigmentos e dos compostos mais perigosos que surgem de reação com o cloro. “Trata-se de uma pesquisa promissora, mas é cedo para aplicá-la no tratamento de esgotos sanitários e despejo industriais”, previne a química Maria Helena Sampa, do Ipen. “Mesmo em outro países, como Estados Unidos, Japão e Alemanha, esse tipo de tratamento ainda é experimental.”