28 mentiras que o cinema conta (e a ciência desmente), parte 2
Não são só os filmes de ação que costumam "apelar". Há absurdos em longas de suspense, terror, drama e até mesmo nas inofensivas comédias românticas
ILUSTRA André Bergamin
Uma arma com silenciador não faz nenhum barulho
EXEMPLOS 007 – Goldeneye e 007 – Cassino Royale
Um silenciador só serve para que os gases da ignição da pólvora da bala possam esfriar e se dissipar, diminuindo o som dessa explosão. A redução nem é tão grande: em média, 30 decibéis. E a bala ainda mantém seu barulho característico, causado pelo deslocamento em alta velocidade
Clorofórmio faz qualquer um desmaiar rapidinho
EXEMPLOSAs Aventuras de TintimePonto de Vista
Na ficção, é só encostar um tecido molhado com esse líquido no nariz de alguém para que a pessoa apague. Na vida real, o “nocaute” pode exigir de cinco a dez minutos. Um erro na dose pode ser fatal: 10 ml já bastam para parar o sistema respiratório da vítima. E o clorofórmio evapora facilmente. Não adianta o vilão molhar o pano com antecedência
Ninguém pega troco no táxi
EXEMPLOS O Diabo Veste Prada e Vicky Cristina Barcelona
Esse clichê tem várias versões em Hollywood: ninguém nunca paga bebida no bar, ninguém aguarda o troco na lanchonete… Mas o mais comum é a gorjeta generosa no táxi. Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo, Natalício Bezerra Silva, a maioria dos passageiros do lado de cá da tela exige o retorno de seu dinheirinho
É tranquilo invadir o salão de embarque de um aeroporto
EXEMPLO Simplesmente Amor
Você já viu a cena: o galã corre pelo aeroporto para se despedir da amada antes que ela vá embora. Se você quiser fazer igual, é bom ter dinheiro e passaporte no bolso. Só comprando uma passagem poderá acessar a área de embarque. Uma invasão à força pode motivar uma ação enérgica (e até letal) das autoridades
Dirigir conversando com o passageiro não causa acidentes
EXEMPLO Pânico 4
Papo animado ou troca de olhares são ótimos para animar uma cena em um carro, mas um mau exemplo para o público. Um lapso de atenção de cinco segundos a 90 km/h pode fazer você dirigir 110 m “às cegas”! Um estudo publicado na New Scientist indica que a presença de dois passageiros aumenta em 60% a chance de um acidente
Ninguém diz “oi” ou “tchau” no telefone
EXEMPLOS Curtindo a Vida Adoidado, À Procura da Felicidade e Rain Man
Seriam os norte-americanos mais “frios” que os brasileiros? Frieza não quer dizer falta de educação. A consultora de etiqueta Jodi R. R. Smith garante que é costume, nos EUA, trocar saudações ao telefone. (A verdadeira origem desse clichê? Dar ritmo ao roteiro: conversa fiada atrapalha a ação. Pelo mesmo motivo, é comum nos filmes todo mundo entrar na casa alheia sem se cumprimentar)
Essa matéria faz parte da reportagemMENTIRAS CINEMATOGRÁFICAS. Confira as outras partes:
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CONSULTORIAMarcos Stavale, neurologista do Hospital Albert Einstein, Adriana Filizzola D’Urso, advogada criminalista, Rodrigo Müller, instrutor policial e especialista em gestão de segurança pública na Müller Consultoria e Treinamento, Regina Navarro Lins, sexóloga e escritora, Luís Felipe Eliseu de Silveira, major-aviador da Aeronáutica Brasileira, Roberto “Sombra” Schleiffer, instrutor-chefe da Escola Brasileira de Paraquedismo, Natalício Bezerra Silva, presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo, Luís Mundim, porta-voz da empresa Atlas Schindler
FONTESInfraero, National Institute of Neurological Disorders and Stroke (EUA), Centro de Referência para o Ensino de Física (UFRGS), Royal Society of Chemistry, Environmental Protection Agency,Journal of Psychopathology and Behavioral Assessment, revistaFocuse sitesO Globo,Wired,Hollywood Reporter,NatGeo,Gol Mathspig,Livestrong,Military,Jalopnik,Air Conditioning CompanyeTexting and Driving Safety