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Como era o trabalho de um médico nos fronts da 2ª Guerra Mundial?

Com treinamento médico de apenas 16 semanas e poucos equipamentos, estes heróis tinham que improvisar nos campos de batalha

Por Danilo Cezar Cabral
Atualizado em 22 fev 2024, 10h05 - Publicado em 20 abr 2018, 17h59
Como era o trabalho de um médico nos fronts da 2ª Guerra Mundial?
(Eduardo Ferigato/Mundo Estranho)

PERGUNTA Evandro César, São José do Rio Preto, SP

Contenção de hemorragias, curativos, assepsias e administração de sedativos faziam parte da rotina dos médicos nas frentes de combate. Em um batalhão de 500 soldados americanos, pelo menos 30 eram médicos de combate ou assistentes – em geral, a “formação” em medicina deles eram as 16 semanas de treinamento em socorro pré-hospitalar. À medida que os batalhões avançavam em território inimigo, eles tinham que se virar sem reposição de pessoal e de suprimentos.

A função principal dos médicos era estabilizar e preparar os feridos para serem levados aos hospitais de campo e centros médicos na retaguarda. O trabalho mais trágico era a seleção dos feridos: em certas ocasiões, eles tinham que deixar de lado alguém muito ferido e dar prioridade a outros que tivessem mais chances de sobreviver.

A única boa notícia é que matar um médico de combate em ação era (e ainda é) considerado um crime de guerra. Se identificados, médicos, auxiliares, enfermeiras, carregadores de padiola ou quaisquer envolvidos em atividade médica são considerados não combatentes.

1) Kit de primeiros socorros
Todos os soldados carregavam um pouquinho de ataduras, tabletes purificadores de água, aspirinas, curativos, “sulfa” e outros remédios. Alguns kits ainda tinham itens de prevenção para DSTs, como pomadas antimicróbicas, camisinhas, folhetos instrutivos e tecidos para higienização.

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2) Etiquetas
Identificavam quem deveria ser priorizado, além de conter informações sobre o tratamento e o estado dos combatentes feridos.

3) Improviso
Nem todos os médicos sabiam executar cirurgias, e eles tinham que improvisar na hora.

4) Bandana da Cruz Vermelha
Oficialmente, os envolvidos em cuidados médicos deveriam usar a identificação. Porém, em pelotões veteranos e grupos menores, em que os médicos eram conhecidos, ninguém usava o símbolo para não virar alvo dos inimigos.

5) Kits de selva
Usados no front do Pacífico, incluíam tratamento para picadas de cobra, repelentes, tabletes contra malária e pomadas fungicidas.

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6) Kit cirúrgico
Apesar dos cuidados com esterilização, os equipamentos eram usados em situações de emergência. Nessas horas, a velocidade de intervenção era mais importante que a assepsia do ambiente.

 

 

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O EQUIPAMENTO

A “cesta básica” que os doutores levavam a campo

Como era o trabalho de um médico nos fronts da 2ª Guerra Mundial?
(Eduardo Ferigato/Mundo Estranho)

A) SULFANILAMIDA
A “sulfa” era um bactericida usado em larga escala num cenário em que infecções matavam tanto quanto tiros. Era uma inovação na época e podia ser administrada via oral, em forma de tabletes ou em pó, aplicado no ferimento.

B) MORFINA
Usada para conter dores e até sedar soldados moribundos. Além das ampolas, era usada a versão Syrette: aplicador automático subcutâneo que já vinha com agulha. A dose era rapidamente injetada por qualquer um.

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C) ESTERILIZADOR
Essa bacia em aço inox era usada no intervalo entre batalhas para esterilizar instrumentos e até dissolver ou preparar medicamentos.

D) GASES, TESOUS E BANDAGENS
São os equipamentos básicos. Esses insumos eram escassos e carregados pelos médicos, auxiliares ou qualquer soldado que tivesse espaço na bagagem. Alguns curativos tinham até estampas camufladas

E) ALFINETE DE SEGURANÇA
O coringa dos primeiros-socorros: na falta de esparadrapos, fixava curativos, torniquetes e até servia como ponto em ferimentos que necessitavam de costura.

 

 

 

 

FONTES Livros Medic!: Wow I Fought World Ward II with Morphine, Sulfa and Iodine Swabs, de Robert “Doc Joe” Franklin e Flint Whitlock, V-Mail: Letters of a World War II Combat Medic, de Keith Winston, The German Army Medical Corps in World War II, de Alex Buchner; documentários War Stories with Oliver North: Angels on the Battlefield e Bandages on the Battlefield; Museu Nacional da 2ª Guerra Mundial, Nova Orleans (EUA); site archives.gov

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