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Como são os rituais pós-morte das grandes religiões?

Entenda os costumes e ritos do budismo, hinduísmo, judaísmo e outras crenças

Por Sheyla Miranda
Atualizado em 22 fev 2024, 11h30 - Publicado em 5 jan 2011, 14h36

Budismo

Após sete dias da morte, familiares e amigos reúnem-se para celebrar a memória do falecido, e esse encontro repete-se em intervalos de sete dias, até o 49º, completando sete reuniões. No Brasil, o mais comum é realizar apenas a última reunião.

Festa ao ar livre

O Obon é uma celebração praticada no Japão ou em colônias japonesas, que acontece em 15 de julho ou em 15 de agosto todos os anos. Famílias enfeitam o templo ou áreas ao ar livre com velas e lanternas coloridas, dançam ritmos tradicionais e rezam para homenagear as pessoas queridas que já se foram.

Vários aniversários

Também fazem parte da tradição os “ofícios memoriais”, em que a família oferece uma cerimônia para celebrar o falecido. Elas ocorrem nos seguintes aniversários de morte: 1º, 3º, 7º, 13º, 17º e 33º. Nessas ocasiões, os mais chegados leem textos sagrados e relembram como era a relação com o morto.

Hinduísmo

Após a cremação, a família é considerada impura e deve tomar um longo banho ao voltar para casa. O período de reclusão dura de 7 a 40 dias. Todos ficam em casa, comem só coisas leves, livram-se dos pertences do morto e fazem orações. Durante o período, os familiares não frequentam templos nem o comércio.

Cristianismo

O luto católico pode durar 7, 30 ou 365 dias, dependendo da vontade dos familiares. Antigamente, as mulheres vestiam preto por pelo menos um ano quando pai, marido ou filhos morriam.

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Orar sem cessar

O clássico ritual fúnebre dos católicos é a missa de sétimo dia, celebrada para iluminar a alma do falecido, já que acreditam em ressurreição. Para eles, 2/11 é uma data especial: o Dia de Finados, em que os fiéis oram pelos mortos e os reverenciam. Protestantes oram e se confortam sem rituais marcantes.

Islamismo

Em países árabes, três dias após a morte, parentes do falecido contratam vários qãri, profissionais que declamam o Alcorão ao lado da sepultura. O ato iluminaria o corpo em sua viagem até a eternidade. Ritual mais comum é o encontro de amigos e familiares, depois de 40 dias do óbito, para lembrar o falecido.

Judaísmo

Após o enterro, alguns grupos da religião judaica não costumam ir direto para casa; os enlutados mais próximos alteram a rota, param em algum lugar e pedem algo doce para comer. O desvio do caminho é feito para “despistar o anjo da morte” e o açúcar ingerido disfarça o amargor causado pelo óbito,

Longo recolhimento

Ao voltar do cemitério, a família fica em casa, de luto, por sete dias. Três vezes ao dia, fazem orações e recebem visitas. Tudo o que reflete, como espelhos e porta-retratos, fica coberto , para que o morto não “veja” a própria imagem. Ao fim do período de luto, a família caminha nas proximidades da casa.

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Última homenagem

O último ritual fúnebre dos judeus é a inauguração da lápide, que não é colocada no enterro. O tempo de espera varia de país a país: em Israel, segue-se o tempo mínimo, um mês; no Brasil, a lápide só é colocada 11 meses após a morte. Na cerimônia, o túmulo é coberto com um pano preto e pequenas pedras

CONSULTORIA: Cecilia Ben David, coordenadora pedagógica do Centro de Cultura Judaica; Swami Krishna Priya Ananda, mestre espiritual da Sociedade Internacional Gita do Brasil; Cido Pereira, padre da Arquidiocese de São Paulo; Shake Juma, do Centro de Estudos e Divulgação do Islã; Naguni Seishin, monge do Templo Budista Koyasan Shingonshu Nambei Betsuin da América do Sul.

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