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Como surgiram os refrigerantes?

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 22 fev 2024, 10h59 - Publicado em 18 abr 2011, 18h55

A inspiração veio das águas minerais naturalmente gasosas. No século IV a.C., o grego Hipócrates, considerado o pai da medicina, já recomendava banhos em fontes desse tipo, mas, ao que parece, nunca lhe ocorreu receitar o líquido para beber. A água carbonatada só começou a se tornar uma bebida popular por volta de 1500, quando o povoado belga de Spa ganhou fama por suas fontes naturais e passou a exportar garrafas de sua água para Londres e outras capitais. O sucesso foi tanto que, entre os séculos XVII e XVIII, vários químicos europeus passaram a fazer tentativas de recriar o produto artificialmente. O passo mais importante foi adotar uma bomba para ajudar a fixar o gás na água, descoberta creditada a estudos independentes do inglês Joseph Priestley e do francês Antoine Lavoisier, entre 1772 e 1773. Baseado nesse sistema, o farmacêutico Thomas Henry tornou-se o primeiro a produzir água carbonatada industrialmente, em 1782.

Algumas décadas depois, surgiu a idéia de acrescentar sabores ao produto: o gengibre teria sido o primeiro, em cerca de 1820, seguido do limão, na década de 1830. Esse processo ficou mais fácil com uma nova tecnologia, patenteada em 1819 nos Estados Unidos: a soda fountain (ou “fonte de soda”, como passou a ser chamada a água gasosa), uma bomba instalada nos balcões das farmácias para o líquido ser gaseificado na hora, acrescentando diferentes sabores a gosto do freguês. Os primeiros refrigerantes da história continuavam, portanto, sendo comercializados como produtos medicinais – e foi também um farmacêutico, o americano John Pemberton, quem criou o mais famoso deles, a Coca-Cola, em 1886.

No início do século XX, as soda fountains começaram a migrar para lanchonetes e sorveterias – mas seus dias estavam contados com o surgimento de novas tecnologias que possibilitavam produzir garrafas de vidro em escala industrial e a tampinha em forma de coroa, que impedia o gás de escapar. Só assim as pessoas podiam, finalmente, levar para casa suas sodas favoritas.

Água, gás e xarope de fruta
Bebida de elite ganhou popularidade nos balcões de farmácia

1772-1773 – BOMBA DE VANGUARDA

Enaltecida por suas propriedades refrescantes e antiácidas, a água mineral gasosa se torna sucesso entre a elite européia. Isso leva alguns dos mais renomados químicos do continente a pesquisar maneiras de gaseificar água artificialmente. A descoberta de que uma bomba ajuda a fixar o gás carbônico no líquido, realizada por Joseph Priestley e Antoine Lavoisier, abre o caminho

1782 – BOTICÁRIO PIONEIRO

Na cidade de Manchester, o farmacêutico inglês Thomas Henry coloca em prática as idéias de Priestley e torna-se o primeiro a produzir e comercializar água artificialmente carbonatada

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1794 – DINASTIA TÔNICA

Em Genebra, outro estudioso das técnicas elaboradas por Priestley e Lavoisier, o joalheiro suíço Jacob Schweppe, começa a vender sua água com altos teores de gás carbônico, que se torna a marca mais apreciada do mercado europeu. Assim é inaugurada a dinastia que até hoje fabrica uma das águas tônicas mais populares do mundo, a Schweppes

1819 – É SODA!

Os Estados Unidos assumem a vanguarda na tecnologia de gaseificação de bebidas com a soda fountain (“fonte de soda”), patenteada por Samuel Fahnestock. O aparelho é uma adaptação da bomba já consagrada, instalada em balcões de farmácia para produzir a bebida na hora, direto para o copo do freguês. Nasce a soda water americana, também chamada de club soda ou soda pop, a mãe do refrigerante moderno, que logo começa a ganhar seus primeiros sabores: gengibre e limão

1838 – TUTTI FRUTTI

No estado americano da Filadélfia, o imigrante francês Eugéne Roussel descobre que a melhor maneira de dar sabor de fruta à água gasosa é em forma de xaropes. Quatro anos depois, vários colegas seus se mudam para Nova York, para abrir engarrafadoras de soda pop e, a partir de 1850, começam a surgir novos sabores: baunilha, morango, framboesa

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1886 – ENERGÉTICO BILIARDÁRIO

Na cidade de Atlanta, o farmacêutico John Pemberton cria uma soda especial, concebida como tônico revigorante, a partir da combinação de cocaína e noz de cola (planta africana com alta concentração de cafeína). A Coca-Cola se tornaria o refrigerante mais vendido do planeta – mas só depois de retirar, em 1903, a cocaína de sua fórmula original

1921 – COISA NOSSA

O Brasil entra gloriosamente na indústria de refrigerantes com o Guaraná Champagne Antarctica, produzido a partir do extrato da fruta amazônica – rica em cafeína, como a noz de cola africana. A bebida se tornou tão popular que até a Coca-Cola teve de lançar uma marca de guaraná

1952 – APERTEM OS CINTOS

Batizado de No-Cal Beverage, o primeiro refrigerante dietético é lançado nos Estados Unidos

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1957 – TROCA DE EMBALAGEM

O vasilhame de vidro sofre seu primeiro abalo com a entrada em cena da latinha de alumínio. O golpe decisivo viria na década de 70, com as garrafas de plástico, principalmente as de PET (polietileno tereftalato) – um material inquebrável, levíssimo e reciclável

2001 – DOMÍNIO GLOBAL

A indústria de refrigerantes fecha o ano com um total de vendas de 61 bilhões de dólares. Cerca de 28% dessa quantia vem da bebida mais vendida de todas, a Coca-Cola. Em segundo lugar, com 10%, vem sua arqui-rival Pepsi-Cola

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