Sim. O ornitorrinco é um deles. Na primavera, a fêmea põe dois ou três ovos. Os filhotes nascem em 14 dias e lambem o leite que escorre das glândulas mamárias rudimentares, já que o animal não possui mamilos. Para completar a bizarrice, a fêmea possui dois úteros, um associado a cada ovário. Na hora da reprodução, só um deles produz ovos, enquanto o outro permanece atrofiado.
“Esse mamífero, como todos os que põem ovos, pertence à ordem Monotremata. Todas as espécies vivas encontram-se na Austrália, Nova Zelândia e Tasmânia”, diz o médico veterinário Luciano Freitas Felício, da Universidade de São Paulo.
Acredita-se que essa ordem se originou de uma linha de répteis diferente das que deram origem aos demais mamíferos. Ela é dividida em duas famílias: Ornithorhynchidae e Tachyglossidae. Essa última é a família das equidnas, como a equidna de Barton. Com cerca de 10 quilogramas e 100 centímetros de comprimento, são animais espinhosos que geralmente se alimentam de formigas.
Ao contrário dos ornitorrincos, a equidna só põe um ovo por vez. Ao rachar a casca, o filhote ainda está imaturo. Ele permanece mais dois meses dentro da bolsa abdominal da mãe até que os espinhos se desenvolvam.