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O Triângulo das Bermudas é mesmo amaldiçoado?

Dezenas de aviões e barcos já sumiram ao passar pela região, gerando várias teorias da conspiração

Por Fernanda Lima
Atualizado em 22 fev 2024, 10h34 - Publicado em 21 out 2015, 11h46

ILUSTRA Ícaro Yuji

Zica eterna

A má fama da área entre o sul da Flórida, Porto Rico e as Ilhas Bermudas começou a bombar em meados do século passado. Mas havia muito tempo que já rolavam umas estranhezas na região. Cristovão Colombo chegou a descrever em seu diário de bordo que, ao navegar por lá, sua bússola enlouqueceu e luzes misteriosas surgiram na superfície do mar

Bússolas malucas

Mas as pessoas só começaram a prestar atenção nos fenômenos inexplicáveis no setor em 1945, quando cinco bombardeiros da Marinha dos EUA, com 14 tripulantes, sumiram. Logo após decolarem da Flórida, os pilotos avisaram que as bússolas não estavam funcionando direito. É possível que, sem orientação, se perderam e caíram no mar após o combustível acabar

Cadê?

Outro caso antigo foi o do cargueiro USS Cyclops. Em 16 de fevereiro de 1918, ele saiu do Brasil, onde havia abastecido navios britânicos para a 1ª Guerra Mundial, e rumou para Barbados. Lá fez uma parada entre 3 e 4 de março. Mas depois disso nunca mais se teve notícia da embarcação de mais de 20 toneladas ou de qualquer um dos 306 tripulantes a bordo

Fora do radar

Em 1948, o avião norte-americano Douglas DC-3 estava perto de Miami quando deixou de ser notado pelos radares. A investigação posterior supõe que suas baterias estavam descarregadas, mas destroços ou vítimas jamais foram localizados. Idem com o avião Star Ariel, com 37 pessoas, em 1949: sumiu sem deixar vestígios

Ih, climão…

Não faltam teorias bizarras para explicar a “maldição”: óvnis, monstro marinho, fenda dimensional… Mas há boas justificativas científicas para a maioria dos desastres. Por exemplo: a região é cheia de problemas meteorológicos. A Flórida está sujeita a furacões e tempestades vindas do Golfo do México, do Atlântico Norte e do Central. Algumas com ondas de 40 m!

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Carga pesada

Em 1963, foi a vez do cargueiro SS Marine Sulphur Queen, que levava 15 mil toneladas de enxofre. A hipótese mais aceita é a de que um vazamento teria causado uma explosão. Nove anos depois, rolou o último caso no Triângulocom repercussão mundial: o cargueiro Anita, de 20 mil toneladas, escafedeu-se com 32 tripulantes. Novamente, sem deixar pistas

Entrou pelo ralo

As ilhas Bermudas localizam-se sobre um grande vulcão extinto. Por isso, suas águas escondem rochas difíceis de identificar quando o mar está calmo, causando colisões ou naufrágios. E alguns pesquisadores acreditam que fossas subaquáticas muito profundas seriam capazes de sugar pequenas embarcações. Daí o apelido de “buracos azuis”, em referência aos buracos negros do espaço

Peido fatal

“Outra teoria possível, mas não comprovada, se refere às bolhas de hidrato de gás metano presentes na área”, diz Simon Boxall, professor de ciências da terra e do oceano na Universidade de Southampton. Esse gás altera a densidade da água, afetando a capacidade de flutuação do navio. E é explosivo: se chegar à superfície e encontrar uma faísca liberada por um avião… BUM!

Mistério? Onde?

A maior prova de que não há nada de sobrenatural na história é estatística. “Quase 50% dos barcos particulares registrados nos EUA estão na costa adjacente ao Triângulo”, afirma Boxall. A Guarda Costeira do país concorda: a área tem tráfego intenso, mas a proporção de desastres ali é a mesma que em outros mares. A gente simplesmente presta mais atenção por causa da má fama

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FONTES NOAA e sites ListVerse, G1, HowStuffWorks e Scientific American

CONSULTORIA R. Michael Ballantyne, professor e secretário da British Columbia Folklore Society, Ari Berk, autor de The Secret History of Mermaids and Creatures of the Deep, Simon Boxall, professor da Ocean and Earth Science na Universidade de Southampton (Reino Unido), e Alexandre Monteiro, professor do Instituto de Arqueologia e Paleociências e da Universidade Nova Lisboa (Portugal)

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