Por causa de uma ilusão de ótica. O que pisca, na verdade, não são as estrelas, mas sim as imagens que nós vemos delas. A luz brilhante desses corpos celestes atravessa mais de 100 quilômetros de atmosfera da Terra antes de chegar aos nossos olhos. Durante esse trecho da viagem, os raios são balançados pelo ar, dando a impressão de que as próprias estrelas têm sua luminosidade alterada o tempo todo. É como observar o ralo de uma piscina do lado de fora dela. O balanço da água não faz com que a imagem do objeto pareça sacudir? A atmosfera age na luz das estrelas da mesma maneira. Como esses astros parecem pontinhos pequeninos, a distorção de suas imagens cria o efeito pisca-pisca. Já com os planetas visíveis a olho nu – Mercúrio, Vênus, Marte e Júpiter – isso não ocorre. Como suas imagens no céu são maiores para nós do que as das estrelas, a distorção causada pelo ar não é suficiente para fazê-los piscar.
Quer dizer, nem sempre: “Quando o ar está muito agitado, até mesmo os planetas parecem cintilar”, afirma o astrônomo Enos Picazzio, da USP. No espaço sideral, sem a influência da atmosfera terrestre, o brilho de qualquer astro é sempre fixo.