Porque não tem açúcar. Nos refrigerantes normais, o açúcar aumenta a densidade da bebida. Em outras palavras, o açúcar deixa o refrigerante mais viscoso. “Por ser mais denso, o refrigerante normal retém a expansão do gás carbônico, o CO2, responsável pelas bolhas”, diz o engenheiro químico Orlando de Araújo, da Ambev, fabricante do Guaraná Antarctica. No refri diet, que não leva açúcar na fórmula, as bolhas têm mais liberdade para se movimentar. Quando a lata ou a garrafa é aberta, o líquido não consegue segurar a explosão de gás. Aí, é espuma para todo lado. A mesma coisa acontece com outros líquidos de densidades diferentes, como a água e o óleo. Experimente agitar uma garrafa cheia de óleo e, depois, uma cheia dágua. Na primeira – que é bem mais densa -, as bolhas de ar que estão no fundo demoram muito mais a subir. Na água, menos densa, elas sobem rapidinho. Para quem quer emagrecer, vale a pena engolir um pouco mais de espuma: enquanto uma latinha de guaraná normal tem cerca de 143 calorias, a dietética tem apenas 1,5 caloria. As primeiras bebidas com gás carbônico surgiram no século 17 e os primeiros refrigerantes vieram no século 19 – o mais famoso deles, a Coca-Cola, foi inventada em 1886. Já os refrigerantes diet surgiram bem depois, no final da década de 1950, nos Estados Unidos. No Brasil, os fabricantes de refrigerantes diet substituem o açúcar por uma mistura de dois adoçantes artificiais, a sacarina e o ciclamato. Este último, inclusive, acabou sendo banido dos Estados Unidos em 1970, por causa de suspeitas de que a substância tivesse agentes cancerígenos. Mas os cientistas foram fundo no assunto e, depois de novos estudos, concluíram que o ciclamato não estava relacionado com casos de câncer. Em 1984, a substância foi liberada novamente para o consumo.