Autismo pode ser detectado com exames de sangue e de urina
Testes tiveram uma taxa de acerto de 90% – mas ainda precisa ser testado com mais pessoas
Cientistas podem ter encontrado uma ligação entre autismo e proteínas no sangue, de acordo com um novo estudo da Universidade de Warwick, no Reino Unido.
Liderados por Naila Rabbani, a equipe criou um teste que envolve a busca por proteínas danificadas no sangue – por meio de exames de urina e sangue. O estudo, publicado no periódico Molecular Autism, afirma que isso pode ser usado para identificar a condição. “A descoberta pode levar a um diagnóstico precoce e intervenções”, afirmou a cientista em um comunicado. “Esperamos que os testes também revelem novos fatores causais. Com mais pesquisas, pode ser possível revelar perfis específicos de urina ou compostos com modificações danosas. Isso pode ajudar a melhorar o diagnóstico de autismo e apontar novas causas dele”, concluiu.
Nos testes, conduzidos em parceria com outras instituições, 38 crianças (29 garotos e 9 garotas) com autismo foram selecionadas, além de um segundo grupo de outras 31 crianças – 23 garotos e oito garotas – sem a condição. A equipe, então, fez exames de urina e sangue nos pequenos (que tinham entre cinco e doze anos de idade), para descobrir que havia diferenças químicas entre os dois grupos – mais especificamente, um nível mais alto do marcador de oxidação ditirosina e de proteínas e gorduras conhecidas como “produtos finais da glicação avançada” (AGEs, na sigla em inglês).
O exame mostrou uma taxa de acerto de 90% para detectar autismo. Mais testes serão necessários, considerando a pequena amostra utilizada na pesquisa – mas os pesquisadores continuarão desenvolvendo o método.