Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Covid-19 deve se tornar doença sazonal, sugere estudo

Após imunidade coletiva ser alcançada, o novo coronavírus passaria a se espalhar mais em épocas frias do ano – como acontece com a gripe.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 15 set 2020, 18h20 - Publicado em 15 set 2020, 18h13

A imunidade coletiva – seja ela alcançada pela vacinação em massa da população ou pelo grande número de infectados numa mesma região – não deve colocar um ponto final na Covid-19. Ainda que a doença deixe de se espalhar num ritmo de pandemia, o novo coronavírus deve continuar dando as caras no futuro, causando novos surtos de tempos em tempos. É o que argumenta um novo estudo científico, assinado por pesquisadores do Oriente Médio e publicado nesta terça-feira (15) na revista Frontiers in Public Health.

Os cientistas argumentam que é provável que a Covid-19 se torne uma doença sazonal, assim como outras viroses. É o que acontece, por exemplo, com a gripe causada pelo influenza ou a infecção do vírus sincicial respiratório (VSR), comum em bebês. Ambas costumam se espalhar mais durante o inverno, quando a temperatura é mais baixa e a umidade é menor – e a incidência de tosse, narizes escorrendo e pessoas se reunindo em locais fechados aumenta.

“A Covid-19 veio para ficar e vai continuar causando surtos durante o ano todo enquanto a imunidade coletiva não for atingida”, explica Hassan Zaraket, professor da Universidade Americana de Beirute, no Líbano, que liderou o estudo, em comunicado. “Daí em diante, a população precisará aprender a conviver com ela e continuar com as boas práticas de prevenção, o que inclui o uso de máscaras, o distanciamento social, a higiene das mãos e o hábito de evitar aglomerações”.

No novo estudo, cientistas analisaram dados de pesquisas anteriores que investigaram a sazonalidade de diferentes tipos de vírus. Em comparação a outros vírus respiratórios, como o influenza, a taxa de transmissão (R0) do Sars-CoV-2 é mais alta – algo que, segundo o estudo, tem a ver com o fato de a população não possuir resposta imune a ele. Por ser “inédito”, o causador da Covid-19 não seria tão atrapalhado por fatores sazonais, avançando rapidamente também nos meses quentes. Faz sentido: como pontuam os autores do estudo, “a região do Golfo Pérsico teve as maiores taxas de infecção per capta do mundo mesmo durante o verão”.

Mas, uma vez que a imunidade coletiva seja alcançada e o ritmo de transmissão diminua, os cientistas argumentam que o novo coronavírus deverá se tornar mais dependente de fatores climáticos para se espalhar. Sabe-se que outros coronavírus, como o NL63 e o HKU1, por exemplo, costumam infectar mais em épocas mais frias do ano. A suspeita do grupo é que o mesmo valha para o Sars-CoV-2.

Continua após a publicidade

“Este é um vírus novo e, apesar de a ciência avançar rapidamente, certas informações ainda permanecem desconhecidas. Se nossas previsões são verdadeiras ou não, isso ainda será visto no futuro. Mas achamos que é altamente provável, dado o que sabemos até agora, que o vírus da Covid-19 eventualmente se torne sazonal, como outros coronavírus”, completou Zaraket.

Segundo o artigo, há evidências que, em regiões de clima temperado – mais afastadas dos trópicos –, a transmissão do Sars-CoV-2 foi mais intensa no inverno. Isso pode ser um indício de que os as temperaturas mais baixas e o clima seco podem, sim, favorecer a infecção – algo que ainda não é um consenso científico.

Os argumentos da nova pesquisa servem de contraponto à declarações que a OMS fez no mês passado – como você viu aqui na SUPER. Por meio de uma coletiva de imprensa em 10 de agosto, o órgão refutou especulações de que estações do ano mais quentes pudessem ter uma influência na pandemia, enfraquecendo a transmissão do vírus.

À época, o argumento se baseava no fato de países como Itália e Espanha, terem controlado a curva de casos durante o verão no Hemisfério Norte. O aumento desenfreado, por outro lado, coincidiu com o inverno e no início da primavera. Segundo a OMS, a mudança se deve mais às medidas de controle adotadas por esses países do que ao aumento das temperaturas. O que o estudo mostra, porém, é que os fatores relacionados ao clima podem influenciar nessa conta mais do que se imaginava.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.