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Homem come pimenta mais ardida do mundo e tem sintomas parecidos com AVC

Americano é hospitalizado depois de comer a pimenta Carolina Reaper em um concurso, em Nova York

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 abr 2018, 20h55 - Publicado em 10 abr 2018, 20h51

“Pimenta nos olhos dos outros é refresco”. O ditado nunca mais terá o mesmo frescor para o americano de 34 anos que comeu a pimenta Carolina Reaper em um concurso e foi hospitalizado com severas dores de cabeça e pontadas no pescoço. O tempero foi eleito pelo Guinness World Records a pimenta mais ardida do mundo – segundo a escala Scoville, que mede o grau de ardência das pimentas, a Carolina Reaper é 400 vezes mais picante que a Jalapenho e equivale a um spray de pimenta padrão.

O homem, que não teve o nome divulgado, chegou ao pronto-socorro com náusea e dor de cabeça após ter ingerido uma unidade de Carolina Reaper. Na emergência do Centro Médico Bassett, ele passou por diversos exames para verificar a existência de possíveis problemas neurológicos ou consumo de drogas, porém nada foi encontrado.

A dor de cabeça que ele sentia é conhecida como thunderclap headache (dor de cabeça em trovoada, em português), curtas e intensas explosões de dor. Essa cefaleia semelhante ao ressoar de um trovão que vai e volta, assim como acontece nas contrações uterinas, preocupou os médicos — ela pode ser causada por coágulos no cérebro ou até mesmo por um derrame cerebral. Mas, como o competidor tinha boa saúde e não estava sentindo dificuldades para falar ou enxergar, sintomas prováveis se ele tivesse um AVC, os especialistas descartaram a hipótese.

Então, uma tomografia computadorizada mostrou que várias artérias no cérebro do homem estavam comprimidas, uma condição conhecida como síndrome de vasoconstrição cerebral reversível (SVCR). Drogas e alguns medicamentos são capazes de estreitar os vasos sanguíneos do cérebro. No caso dele, a SVCR motivou a dor, mas a substância que desencadeou todo o quadro se chama Carolina Reaper.

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A equipe que cuidou do “pimenteiro” publicou um artigo sobre o ocorrido no BMJ Reports, um dos periódicos de saúde mais conceituados do mundo. Eles afirmam que embora já existissem registros que relacionam o consumo de pimenta caiena à problemas cardíacos, este é o primeiro caso de SVCR provocado por ingestão de pimenta.

O homem do concurso refez os exames cinco semanas depois do incidente, as dores de cabeça passaram e as artérias voltaram ao diâmetro normal. Já seu gosto por comidas ardidas e sua colocação no campeonato… Bom, essas informações não constam no prontuário.

Se você quiser provar a pimenta mais ardida do mundo, fica a dica: esteja próximo a um hospital.

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