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Homem perde braços e pernas por causa de lambida do cachorro

Bactéria presente na saliva de cães é inofensiva para a imensa maioria dos humanos. Mas pode ser fatal em casos muito raros

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 14 fev 2020, 17h25 - Publicado em 8 ago 2018, 18h28

Humanos e cachorros têm uma relação bem próxima. Camas próprias, roupinhas, brinquedos, o mercado especializado em bichos de estimação cresce exponencialmente — no Brasil, por exemplo, já temos 52,2 milhões de cães, de acordo com dados do IBGE de 2016. Não é raro de ser ver demonstrações de afeto como abraços e até cachorros lambendo o rosto de seus donos. Mas essa intimidade toda pode ser um problema se você tiver muita, mas muita má sorte. Foi o caso do americano Greg Manteufel, que acabou sofrendo uma amputação generalizada (perdeu as pernas e as mãos) por causa de uma lambida do seu próprio cãozinho.

Greg, 48 anos, tinha uma longa história com cachorros (antes de ficar doente, ele estava em contato próximo com 8 cães diferentes, incluindo o dele). Nunca tinha tido nenhum problema de saúde causado pelos animais, até que, aparentemente do nada, ele começou a sentir enjoos e a ter altas febre. Logo, manchas de sangue, parecidas com hematomas, começaram a surgir em diversas partes do seu corpo, o que o fez procurar ajuda médica para saber o que estava acontecendo. Resultado: Greg havia contraído uma infecção sanguínea rara, causada por uma bactéria presente na saliva de seu cachorro.

A bactéria em questão é a Capnocytophaga canimorsus, microrganismo comum na saliva de mamíferos, incluindo cachorros e gatos. Geralmente, ela pode ser transmitida pela mordida de um cachorro (e não a lambida), mas é praticamente inofensiva em humanos. Porém, em casos raros como o de Greg, essa bactéria pode infectar o sangue, fazendo o organismo desenvolver uma doença chamada septicemia (ou sepse). Em muitos casos, essa doença apresenta um quadro fatal, já que ela se configura em uma resposta agressiva do sistema imunológico a uma infecção, danificando os próprios tecidos e órgãos da vítima.

“Demorou uma semana e ele estava sem as pernas”, disse Dawn Manteufel, esposa do americano, à Fox 6 Now. Na verdade, Greg teve sorte. Ok, ele ter desenvolvido a sepse foi um tremendo azar, mas sobreviver a ela é quase como ganhar na loteria – segundo dados do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), ela pode causar a morte em 72 horas. Sem falar que o americano ainda teve um estágio grave da doença: em poucos dias, a pressão sanguínea dele caiu drasticamente, o que gerou uma redução acelerada do fluxo sanguíneo para os membros e levou à morte dos tecidos. Amputar rapidamente as partes contaminadas salvou a vida de Greg.

Casos semelhantes aos do americano já aconteceram antes, como o do britânico que perdeu pernas, dedos e até parte do rosto após arranhões e lambida de seu cachorro. Ou o de uma velhinha, na Coreia do Sul, que acabou falecendo após ser mordida pelo cachorro do astro de kpop Siwon, membro do grupo Super Junior. Ela desenvolveu sepse, e o resultado drástico gerou uma comoção na população, que exigiu que o cachorro fosse sacrificado – mas o cantor, sob a condição de ficar fora da mídia por um bom tempo, acabou conseguindo salvar a pele de seu cão.

Apesar disso, a Capnocytophaga causar esse estrago todo é bem raro. Não precisa se preocupar, 99,9% das pessoas que têm cachorro não sofrerão consequência nenhuma por receberem uma lambidinha de carinho. Mas é sempre bom torcer para não fazer parte daqueles 0,000067%

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