Pesquisa revela “trio de ouro” para o orgasmo feminino
Homens e mulheres gays afirmam ter orgasmos com mais frequência que mulheres heterossexuais
No início dos anos 2000, a personagem Monica Geller, da série Friends, bem que tentou ensinar a fórmula para satisfazer uma mulher na cama em sete tópicos. Mas agora um time de cientistas americanos simplificou a tese interpretada por ela e sugerem que a combinação ideal para fazer sua parceria atingir o orgasmo seja a seguinte, anote aí: estimulação genital, sexo oral e beijos profundos. Parece mole, não é? Mas, se fosse tão simples, não existiriam tantas mulheres anorgásmicas.
Para chegar nesse mantra científico da satisfação sexual, os pesquisadores hospedaram um questionário no site da NBC e coletaram dados de mais de 52 mil indivíduos entre 18 e 65 anos. Além da grande quantidade de pessoas entrevistadas, o diferencial da pesquisa foi levar em consideração a orientação sexual dos participantes. Do total de entrevistados, 26 mil eram homens heterossexuais, 452 deles eram homens gays, 550 se identificaram como homens bissexuais, 340 mulheres como lésbicas e 24 mil como mulheres heterossexuais. O estudo foi publicado no periódico Archives of Sexual Behavior.
Até então, a maioria das pesquisas sobre prazer sexual só se atinha a diferenças entre homens e mulheres sob uma perspectiva heteronormativa. Mas, os pesquisadores perceberam que esse é um tema que exige investigações mais aprofundadas entre os lençóis de diversas orientações sexuais.
Debaixo dos panos ou por cima deles, o fato é que os homens foram maioria ao afirmar que “geralmente ou sempre” gozam quando transam: sendo 95% deles heterossexuais, 89% gays e 88% bissexuais.
Entre as mulheres, as que mais chegam lá são as lésbicas, que relataram atingir o orgasmo em 86% das relações, seguidas das bissexuais em 66% das vezes e, na lanterna, as heterossexuais em 65% das transas.
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Os cientistas acreditam que essa disparidade de orgasmos entre mulheres de orientações sexuais diferentes possa ser explicada pelo fato de que as mulheres sejam mais altruístas com o prazer do(a) parceiro(a). T(r)ocando em miúdos, elas dão mais importância para o orgasmo da pessoa com quem estão transando do que eles. Outro fator citado pelos pesquisadores é bastante óbvio, mas vale a pena ser ressaltado: mulheres entendem melhor as zonas erógenas do corpo da parceira do que um homem e sabem que o gozo feminino não está apenas associado ao sexo vaginal.
E vale a pena ser ressaltado porque o óbvio nunca é tão ululante assim – 30% dos homens acham que a melhor forma de fazer uma mulher chegar lá é com penetração. Só que, na hora do vamos ver, isso não agradada tanto assim. De acordo com a pesquisa, apenas 35% das mulheres heterossexuais afirmaram gozar com sexo vaginal e 44% delas disse nunca ou raramente ter tido um orgasmo assim.
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Em contrapartida, o que mais funciona para elas não inclui penetração. Para 80% das heterossexuais e 91% das lésbicas que responderam à pesquisa, o que realmente as faz subir pelas paredes é uma combinação de beijos profundos, estimulação vaginal e sexo oral. Ou seja, 30% dos entrevistados estavam fazendo isso errado.
Trocadilhos à parte, é sabido que não existe certo e errado entre quatro paredes desde que haja respeito e diálogo com a pessoa com quem se está transando – um pouco (ou muita) imaginação também não faz mal a ninguém. Os próprios autores da pesquisa sugerem que essa “fórmula” possa aumentar a frequência e a qualidade das relações, principalmente entre as mulheres. Até porque, outros estudos já comprovaram que sexo traz inúmeros benefícios à saúde e que uma vida sexual satisfatória é a chave do sucesso de um relacionamento duradouro.