Repolho faz você soltar pum – mas protege seu intestino do câncer
O efeito antitumores também vale para a couve e o brócolis, segundo um novo estudo
O repolho é um vegetal riquíssimo em vitaminas e minerais – ele esbanja vitaminas A e C, ácido fólico, selênio, potássio, além de fibras e proteínas. Essas últimas, aliás, estão presentes nesse parente da couve-flor em uma variação rica em aminoácidos sulfurosos, que sofrem uma fermentação mais intensa quando chegam ao intestino. Daí a fama do legume causar tantos gases.
Mas, se você exclui o alimento do prato por causa disso, melhor rever essa decisão. É que, entre as propriedades do repolho, está o indol-3-carbinol (I3C), um composto conhecido por prevenir vários tipos de câncer, como o de mama e, segundo um novo estudo do Instituto Francis Crick, em Londres, o de cólon também.
Os cientistas perceberam que ratos cuja dieta era rica em indol-3-carbinol (que também está no brócolis e na couve) eram menos propensos a desenvolver tumores malignos e inflamação nessa parte do intestino grosso. O mecanismo que explica esse efeito se deve à ativação de uma proteína chamada receptor aril hidrocarboneto (AhR), que tem um papel fundamental em evitar inflamações intestinais e, consequentemente, câncer.
Além de reduzir o risco dessa doença nos ratinhos saudáveis, o I3C também se mostrou eficaz em desacelerar o desenvolvimento de novos tumores nos bichos que já estavam com o problema. “Essas descobertas são importantes porque, apesar de não podermos mudar fatores genéticos que aumentam o risco de câncer, sabemos que é possível reduzir essa probabilidade ao adotar uma dieta rica em vegetais”, diz Gitta Stockinger, principal autora do estudo.
Agora, os pesquisadores britânicos pretendem continuar a investigação em amostras de intestino humano – mas você não precisa esperar que os resultados saiam para comer mais verdinhos. Inclua-os no cardápio sempre que possível (e, quando der vontade de soltar pum, peça desculpas a quem estiver à sua volta e diga que é pelo bem da sua saúde).