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350 elefantes morreram em Botsuana – mas ainda não se sabe por quê

Os animais começaram a aparecer no início de maio, sem indícios de que foram caçados. O país é um exemplo de conservação, e concentra boa parte dos elefantes do continente africano.

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 2 jul 2020, 20h42 - Publicado em 2 jul 2020, 20h32

Ao menos 350 elefantes mortos foram encontrados no Delta do Cubango (ou Delta do Okavango) em Botsuana, país localizado na região sul da África. As autoridades locais disseram que as mortes vêm acontecendo há dois meses – mas ainda não descobriram a causa delas.

No dia 15 de junho, a agência Reuters reportou que o governo de Botsuana estava investigando as mortes na região. Na BBC, Niall McCann, da organização britânica National Park Rescue, disse que os conservacionistas locais detectaram o problema no início de maio, quando sobrevoaram a região.

Na época, 169 elefantes foram avistados em três horas de voo. “Isso é totalmente sem precedentes em termos de número de elefantes morrendo em um único evento não relacionado à seca”, disse McCann.

O caso se torna misterioso à medida em que possíveis causas de morte vão sendo descartadas. Logo no início, as autoridades suspeitaram da caça furtiva, um problema que Botsuana enfrenta há anos. No entanto, as carcaças estavam intactas – se as presas de marfim tivessem sido retiradas, isso poderia indicar que os animais haviam sido caçados. A hipótese, então, foi descartada.

Os especialistas também descartam a possibilidade de mote por antraz. A doença, provocada por bactéria, matou 100 elefantes em Botsuana no ano passado, mas os animais encontrados agora não apresentavam sinais de infecção.

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Mas um comportamento incomum dos animais instigou as autoridades. Vários elefantes morreram com o rosto no chão. Além disso, há indícios de desorientação antes de caírem dessa forma. Isso pode indicar que uma doença, ou algum veneno, tenha atacado o sistema neurológico dos bichos.

Para descobrir o que matou os elefantes, amostras de sangue foram enviadas para a África do Sul para serem analisadas, e os resultados preliminares devem sair em duas semanas. Mas isso pode demorar um pouco mais, já que a pandemia de Covid-19 alterou a rotina de funcionamento dos laboratórios.

Lar dos elefantes

Na década de 1930, 10 milhões de elefantes viviam na África. Mas anos de caça predatória e conflito com as populações locais diminuíram drasticamente esse número. Hoje, a ONG World Wide Fund for Nature (WWF) estima que 415 mil elefantes habitem o continente – o animal é considerado vulnerável na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais para espécies ameaçadas.

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Botsuana é a nação africana que mais concentra elefantes em seu território. O país, inclusive, é um caso raro de sucesso na conservação: nos anos 1990, 80 mil elefantes moravam lá. Atualmente, são mais de 130 mil.

O bom exemplo de Botsuana, contudo, tem sido ameaçado por políticas recentes. Em 2019, o presidente Mokgweetsi Masisi revogou a lei que suspendia, por cinco anos, a caça esportiva no país – uma proibição imposta pelo governante anterior, Ian Khama.

Por sorte, as restrições impostas pela pandemia de Covid-19 impediram que caçadores estrangeiros se deslocassem até lá. Na contramão do presidente, o Departamento de Vida Selvagem de Botsuana pôs em ação um plano para realocar e retirar os chifres de rinocerontes, numa tentativa de dificultar (e desestimular) a caça predatória.

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