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Peanut, tartaruga deformada por plástico, completa 41 anos e ganha festa de aniversário

Tartaruga foi resgatada nos anos 1990 com o casco preso em anel plástico; hoje, ela se tornou símbolo da luta contra o lixo descartado incorretamente.

Por Luiza Lopes
28 ago 2025, 18h00

Peanut, uma tartaruga-de-orelha-vermelha (Trachemys scripta elegans) que se tornou símbolo da luta contra o lixo plástico, completou 41 anos e foi homenageada com uma festa no estado do Missouri, nos Estados Unidos.

O evento, realizado no último sábado (23) pelo Departamento de Conservação do Missouri (MDC), aconteceu no centro de conservação de Powder Valley e reuniu atividades educativas voltadas a crianças e adultos.

A programação incluiu oficinas de cartões, desenhos para colorir, jogos de conscientização e a atividade “Coma como uma Tartaruga”, em que visitantes experimentaram alimentos semelhantes à dieta do animal. 

Peanut, por sua vez, recebeu seu banquete especial: minhocas, camarão e até morangos, fruta que, segundo cuidadores, se tornou um de seus alimentos favoritos.

Fotografia da festa de aniversário feita para a tartatuga.
(St. Louis Scanner News via Facebook/Reprodução)

A história da tartaruga começou de forma trágica. Ainda filhote, ela ficou presa em um anel plástico de seis latas, resíduo comum em rios e áreas urbanas. Com o crescimento, seu corpo foi moldado pelo material, resultando em um casco comprimido em formato de “8”. Aos nove anos, já apresentava a deformidade que inspirou o nome Peanut, que significa “amendoim” em inglês.

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Em 1993, moradores encontraram o animal debilitado e o levaram ao Zoológico de St. Louis. Ali, veterinários conseguiram retirar o anel plástico, mas os danos eram irreversíveis. O casco permanecia deformado e órgãos internos, como os pulmões, foram comprometidos. Incapaz de retornar ao habitat natural, Peanut foi encaminhada ao MDC, que desde então garante sua sobrevivência em cativeiro.

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Desde os anos 1990, a tartaruga é utilizada em campanhas de educação ambiental. Sua imagem estampou a iniciativa No More Trash (“Chega de lixo”), organizada pelo MDC em parceria com o Departamento de Transporte do Missouri. A ação mobilizou voluntários para limpar rios, promover mutirões e estimular a redução e o descarte adequado de resíduos.

“Peanut pode não ser mais uma adolescente, mas sua mensagem poderosa continua a lembrar as pessoas de descartarem o lixo no lugar certo”, afirmou o MDC em comunicado.

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Fotografia de uma tartaruga com o casco deformado com o plastico no casco.
(Departamento de Conservação do Missouri (MDC)/Reprodução)

O animal já foi destaque em reportagens de TV, jornais, feiras e em sites internacionais como o The Dodo. Para os organizadores, cada aparição reforça de forma prática o impacto do plástico sobre a fauna.

Em entrevista à Fox News, Matthew Cavanaugh, naturalista do MDC, ressaltou o caráter excepcional da sobrevivência da tartaruga. “As chances de um tartaruga-de-orelha-vermelha sobreviver após o nascimento já são de mil para uma. O fato de Peanut ter passado também pelo trauma dos anéis plásticos e ainda estar viva aos 41 anos é absolutamente incrível.”

O caso de Peanut ilustra uma questão global. Estima-se que a poluição plástica mate cerca de 100 mil mamíferos marinhos todos os anos, segundo dados da WWF. Entre as 123 espécies conhecidas, 81 já foram registradas ingerindo ou ficando presas em resíduos, e todas as sete espécies de tartarugas marinhas são afetadas.

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Os impactos mais comuns são a ingestão e o emalhe. Sacolas podem ser confundidas com presas, e até espécies que usam ecolocalização, como golfinhos, acabam interpretando o plástico como alimento. 

“Os animais normalmente não conseguem diferenciar lixo de comida, então eles comem essas coisas e se asfixiam ou terminam com o estômago cheio de plástico e morrem de fome”, informou o MDC.

Outro problema são os equipamentos de pesca abandonados, conhecidos como “redes fantasmas”. Das 8 milhões de toneladas de plástico que chegam aos oceanos por ano, 640 mil toneladas correspondem a esse tipo de material. Deixadas à deriva, essas redes continuam capturando animais, que muitas vezes morrem por afogamento ou infecções causadas por ferimentos.

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