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“Vax”, abreviação de “vacina”, é eleita a Palavra do Ano de 2021

De acordo com o relatório divulgado pela Oxford Languages, a oferta de imunizantes contra a Covid-19 fez a busca pelo termo aumentar 72 vezes em comparação a 2020.

Por Carolina Fioratti
1 nov 2021, 16h59

A pandemia não impactou apenas a saúde global, mas também a forma como nos comunicamos. Algumas palavras entraram para o nosso vocabulário, enquanto outras, já conhecidas (quarentena, distanciamento, lockdown), ganharam ainda mais força. 

Prova disso é que a empresa responsável pelo Dicionário de Oxford de língua inglesa, a Oxford Languages, que elegeu a palavra “vax” (abreviação para “vacina”) como a palavra do ano de 2021. 

A conclusão veio após uma análise de mais de 14,5 bilhões de palavras coletadas de notícias redigidas em língua inglesa no mundo todo. Uma equipe de lexicógrafos (profissionais dedicados à elaboração de dicionários) ficou encarregada da tarefa. De acordo com o relatório divulgado pela Oxford Languages, a busca por “vax” na internet aumentou 72 vezes em comparação ao ano passado.

Gráfico mostrando a frequência que a palavra

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Vale lembrar que, em 2020, a Oxford Language optou por não escolher uma única palavra do ano. Devido a grande quantidade de candidatos, como “pandemic” (“pandemia”), “Covid-19” e “Black Lives Matter” (“Vidas Negras Importam), a instituição escolheu expandir o prêmio a uma lista que contemplasse todas elas. Por outro lado, o dicionário Collins, que também escolhe uma palavra-destaque anualmente, elegeu o termo “lockdown”.

A palavra “vacina” deriva do latim vaccinus, que significa “que vem da vaca”. É uma referência ao primeiro imunizante desenvolvido pelo britânico Edward Jenner, que, em 1796, percebeu que a versão bovina da varíola, ao mesmo tempo que causava uma infecção leve em fazendeiros, também criava um tipo de resistência contra a varíola humana, que podia ser letal.

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Curiosamente, o termo “antivax”, com uma grafia diferente, surgiu antes mesmo da popularização de “vax” – e quem o usou foi o próprio Jenner. Em 1812, ele escreveu a seguinte passagem em uma carta: “Os Anti-Vacks estão me atacando… com toda a força que eles podem reunir nos jornais”. “Vax” só foi aparecer em 1983, inicialmente como um elemento em várias marcas registradas de vacinas.

Gráfico mostrando a frequência que as palavras
(Oxford University Press/Reprodução)

Um dos pontos que levou a palavra “vax” a ser eleita pela Oxford Language foi a sua grande gama de variações, que compreende termos como “antivax”  (“anti-vacina”), “fully vaxxed” (“totalmente vacinado”) e “vax cards” (“cartões de vacina”). Além disso, a instituição fez questão de mostrar os diferentes contextos em que a palavra “vaccine” foi utilizada: entre outubro e dezembro de 2020, por exemplo, estava em alta falar sobre “vaccine distribution” (distribuição da vacina). Já entre julho e setembro deste ano, houve bastante procura pelo termo “vaccine booster”, referente à dose de reforço do imunizante.

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Pela primeira vez, o relatório de Oxford analisou o vocabulário da vacinação em outras nove línguas, incluindo o português. A palavra “vacina” se tornou dez vezes mais frequente no nosso idioma do que era na década passada. Ao que parece, gostamos de nos referir ao imunizante como “seguro”, “gratuito” e “eficaz”, para orgulho do Zé Gotinha.

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