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Anac libera testes para entrega de produtos com drones

As aeronaves poderão ser usadas para serviços de delivery, a exemplo de outras iniciativas pelo mundo. Mas ainda é cedo para dizer que os drones chegaram para ficar.

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 13 mar 2024, 11h31 - Publicado em 12 ago 2020, 17h00

Já pensou receber aquela pizza de sábado à noite via drone? Um dia, quem sabe, talvez seja possível. Nesta semana, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autorizou que empresas passem a testar o uso de drones para a entrega de produtos – como serviços de delivery.

A primeira empresa a receber o CAVE (Certificado de Autorização de Voo Experimental) foi a Speedbird, que desde o ano passado trabalha em conjunto com empresas como a iFood para analisar como os drones podem ser usados em seus sistemas de entrega. Em setembro de 2019, a Speedbird entrou em contato com a agência para solicitar a emissão do certificado, e os primeiros testes foram realizados em janeiro deste ano.

Em nota, o iFood disse que os testes acontecerão em Campinas (SP) e podem começar ainda em 2020. A empresa irá instalar uma central dentro de um shopping da região para entregar comidas da praça de alimentação. Os drones funcionarão na primeira parte do trajeto – a última continuará a ser feita pelos entregadores.

A autorização, por ora, é válida até agosto de 2021, e permite testes BVLOS (sigla em inglês para “além da linha de visão”), que é quando o operador do drone não precisa ter contato visual com ele para poder operá-lo. Apesar disso, os voos só poderão ser feitos durante o dia, respeitando uma distância máxima de 2,5 quilômetros do ponto de decolagem. O drone autorizado a fazer os testes é o DLV-1 (veja uma foto dele aqui). Ele pesa 9 kg, voa a até 32 km/h e consegue carregar encomendas de até 2 kg – se alguém pedisse duas pizzas, as coisas já ficariam mais difíceis.

E na prática?

Antes de imaginar um mundo em que o seu hambúrguer é entregue pela janela, é preciso entender que esse é um futuro ainda distante. Motivo: drones são caros, e os modelos que existem hoje têm baixa autonomia e dificuldade de se movimentar em áreas com muitos obstáculos – como uma cidade cheia de prédios.

Isso, não impede, claro, que muitas empresas usem as aeronaves em campanhas de marketing, por exemplo. Foi o que aconteceu com a rede de pizzarias Domino’s, que se uniu em 2016 com a empresa Flirtey para fazer o primeiro delivery de pizza via drone da história. A ação aconteceu em Whangaparaoa, na Nova Zelândia. Você pode conferir como foi neste vídeo.

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Em resumo: vai demorar para a coisa pegar. E para isso, serão necessários drones mais avançados, com mais bateria e sistemas autônomos de voo. A seguir, veja alguns projetos em desenvolvimento:

Amazon

Em 2016, a gigante do comércio eletrônico criou a Prime Air, seu serviço de entregas com drones. O objetivo, segundo a empresa, é fazer com que seus clientes recebam suas encomendam em 30 minutos – atualmente, o serviço mais rápido da Amazon, o Prime Now, garante entregas em duas horas.

As aeronaves do Prime Air são autônomas, guiadas por um sistema de GPS. A Amazon investe em pesquisas na área desde 2013, e possui cerca de mil funcionários trabalhando para lançar o serviço – que estava previsto para o ano passado, mas que agora está programado para o próximo dia 31.

Google

Criada em 2012, a Wing (“asa”, em inglês) é o braço do Google destinado às entregas via drones. O projeto é feito em parceria com outras duas grandes empresas norte-americanas: a FedEx, de entregas, e a Walgreens, de farmácias.

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No ano passado, a Wing se tornou a primeira empresa dos EUA a receber aprovação do governo para utilizar os drones para entregas. O serviço já está disponível em fase experimental por lá em Christiansburg, no estado da Virgínia, além de duas cidades na Austrália e uma na Finlândia.

Tudo funciona por meio de um aplicativo. Os drones da Wing conseguem realizar viagens de até 20 km (considerando ida e volta), e alcançam até 113km/h. Eles suportam cargas de até 1,5 kg e, até agora, a entrega mais rápida foi realizada em menos de três minutos.

UPS

Apesar de pouco popular no Brasil, a UPS é um dos maiores serviços de logística dos EUA – e do mundo. No ano passado, ela recebeu autorização da Administração Federal de Aviação do país para realizar operações com drones.

Por ora, a UPS só está autorizada a fazer entregas do tipo em áreas rurais ou do subúrbio – apesar disso, a empresa diz estar apta para funcionar em qualquer tipo de lugar. A companhia, assim como a Wing, também fez parceria com uma rede de farmácias – no caso, a CVS.

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Walmart

A rede de supermercados também investe nesse tipo de entregas – a empresa, inclusive, registrou mais patentes de drones que a Amazon nos últimos dois anos. De acordo com o Business Insider, as aeronaves do Walmart têm um alcance de quase 25 km.

 

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