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Carros elétricos têm maior probabilidade de atingir pedestres, aponta estudo

Os pesquisadores acreditam que o principal motivo é o som. Os carros elétricos e híbridos são muito mais silenciosos do que os movidos a gasolina, e mais difíceis de ouvir com o barulho das cidades grandes.

Por Caio César Pereira
Atualizado em 29 Maio 2024, 11h46 - Publicado em 28 Maio 2024, 19h00

Os carros elétricos e híbridos estão se tornando cada vez mais comuns pelas ruas em cidades em todo o mundo. Mas uma pesquisa no Reino Unido mostrou que carros desse tipo têm uma probabilidade maior de atropelar pedestres do que carros movidos a gasolina ou diesel.

O estudo, publicado no Journal of Epidemiology and Community Health, analisou dados de 32 bilhões de milhas de viagens de carros elétricos e 3 trilhões de milhas de viagens de carros a gasolina e diesel. Os resultados revelaram que, por cada milha percorrida, carros elétricos e híbridos têm pelo menos o dobro de probabilidade de atropelar pedestres do que carros movidos a combustíveis fósseis. Em áreas urbanas, essa probabilidade é até três vezes maior. 

Os pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres investigaram dados de viagens e acidentes de trânsito no Reino Unido entre os anos de 2013 e 2017. Dentro desse período, eles contabilizaram que das 916.713 vítimas de acidentes, pelo menos 120.197 eram pedestres, com mais de 96.000 tendo sido atropelados por um carro ou táxi.

Carros movidos a gasolina ou diesel são mais comuns em estradas, fazendo com que o número de acidentes envolvendo carros do tipo fosse maior (pelo menos três quartos das colisões com pedestres). Em áreas rurais, carros movidos a bateria não eram mais perigosos do que carros a gasolina ou diesel, mas em cidades, a realidade é outra.

Quando compararam a mesma distância percorrida tanto por carros elétricos/híbridos quanto por carros movidos a gasolina/diesel, os resultados mostraram que, na verdade, os carros a bateria eram mais perigosos.

Por ano, a taxa média de acidentes com pedestres por 100 milhões de milhas percorridas foi de 5,16 para carros elétricos e híbridos. Mas para carros a gasolina e diesel, o número foi de 2,4 carros.

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Os pesquisadores não sabem ao certo o que leva a esse número, mas têm algumas hipóteses. A primeira é que os carros elétricos, geralmente, tendem a possuir motoristas mais jovens e inexperientes. 

Outra razão pode estar no fato de que carros elétricos além de serem mais pesados do que carros a gasolina/diesel, eles tendem a ter uma aceleração rápida, aumentando assim as distâncias de frenagem.

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Mas a principal suspeita dos pesquisadores é o som. Carros elétricos e híbridos são muito mais silenciosos do que os movidos a gasolina, o que pode ser um problema levando em conta o barulho das cidades grandes.

“Se você está migrando para um carro elétrico, lembre-se de que é um tipo novo de veículo. Carros elétricos são um risco para pedestres porque são menos prováveis de serem ouvidos do que carros a gasolina ou diesel”, conta em entrevista ao The Guardian, Phil Edwards, professor de epidemiologia e estatísticas na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e um dos autores do estudo.

“Eles são muito mais silenciosos do que os carros antigos, e pedestres aprenderam a navegar pelas ruas ouvindo o tráfego. Motoristas desses veículos precisam ser extremamente cautelosos”, conclui Edwards.

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