Facebook declara guerra às postagens “caça-likes”
Páginas que abusam de conteúdos que instigam usuários a curtir ou compartilhar vão contra a política da rede social - e, agora, estão na mira de Zuckerberg
“Qual é signo mais barraqueiro de todos? Use ‘amei’, ‘grr’ e ‘triste’ para votar”, pede uma página. “Marque aqui um amigo que gosta de dormir, depois compartilhe o post e em 15 segundos você terá uma surpresa”, interpela outra. Se você já gastou alguns minutos que seja perambulando pela timeline, com certeza já se deparou com um conteúdo desse tipo. E não adianta nem tentar fugir, passando longe de postagens assumidamente caça-likes: caso um amigo de rede interaja com elas, o mesmo pedido despretensioso aparecerá para você também.
‘Qual o problema disso? Quem não gostar desse tipo de post, que não engaje com eles’, você pode estar pensando. O problema é que, para a rede social azul, curtidas, comentários e compartilhamentos são índices que medem a relevância de cada conteúdo. Quanto mais engajamento despertam, maior a chance de aparecerem no feed das pessoas. Esse apelo para que a postagem se torne mais relevante a partir da própria ação dos usuários, assim, se configuraria como autopromoção — o que prejudica a experiência de quem usa o Facebook e burla as regras de marketing estabelecidas pela marca.
Pensando em dificultar a ação de usuários que usam a rede dessa forma, o Facebook resolveu fazer o que está ao seu alcance: limitar o desempenho de páginas que recorrerem constantemente a esses conteúdos. É mais ou menos o algoritmo usado pelo Google para impedir que você caia um click-bait. Filtrando páginas que comprovadamente lançam mão desse approach, a busca ganha em qualidade.
Para conseguir fazer sua própria inteligência artificial entender o que é sério e o que é tentativa de alavancar as curtidas da página, a rede social “reviu e categorizou milhares de posts”. A nova postura veio a público por meio de um comunicado oficial, que você pode ler aqui. “Queremos reduzir a quantidade de conteúdo spam, sensacionalista ou desonesto, para assim promover diálogos mais autênticos e relevantes no Facebook”, diz a nota.
A empresa declarou que dará algumas semanas para que os usuários se adaptarem às novas normas. A ideia é que apenas conteúdos apelativos percam sua relevância. Isso quer dizer que postagens com pedidos de ajuda ou recomendações “como uma que informa o desaparecimento de uma criança, a arrecadação de doações para uma causa, ou dicas de viagem”, por exemplo, não serão afetadas.