Na época de Galileu, imaginava-se que as escuras manchas lunares fossem mares e ele mostrou que havia montanhas lunares, que se projetavam a 7000 metros acima do “nível do mar”. Seja como for, a idéia pegou e ainda serve de guia para a geografia do satélite terrestre. O Mar da Fecundidade e das Crises, por exemplo, aparecem logo no início da Lua crescente. Depois aparece o dos Néctares, o da Tranqüilidade (que forma uma cara de bruxa de perfil) e assim por diante. Os mares não existem de fato: são planícies onde o derramamento de lava dos antigos vulcões lunares produziu um solo escuro, quase cor de asfalto.
Já as zonas de cor clara são terras altas, como os Montes Apeninos, à borda do Mar da Serenidade; os Pirineus,I que dividem o Mar dos Néctares do I Mar da Tranqüilidade, e outras elevações. A cor clara deve-se ao solo arenoso, em que a brancura é apenas uma ilusão provocada pelo contraste contra o fundo escuro da noite. A Lua é morena-jambo e a Terra brilha muito mais que ela. Uma noite de “Terra cheia” vista da Lua equivale a 40 luas cheias.
Muita gente imaginou que o pé do homem tirasse o encanto da Lua. Nada mudou e ainda podemos localizar os pontos de pouso dos astronautas. O mapa abaixo indica onde pousou a Apollo 11, a 20 de julho de 1969, no Mar da Tranqüilidade. A Apollo 12 pousou no Mar das Tempestades. A olho nu se podem ver também as estrias em forma de raios saindo das grandes crateras, como Tycho (se lê Tico), Copérnico e Kepler. Produzidos por material ejetado de dentro das crateras, eles chegam a atingir milhares de quilômetros de comprimento e só são visíveis em fases especiais da Lua. Vê-se que é pura fantasia pensar que a Muralha da China seria vista da Lua a olho nu: apesar de longa, ela é estreita e escura.
Alguns afirmam enxergar crateras a olho nu. Teoricamente, não é impossível para o olho humano, se o observador se restringir a crateras maiores que 200 quilômetros. Através de uma lente de pequeno aumento, perto de 10 vezes, a Lua oferece um dos mais belos espetáculos do céu. O mais barato binóculo atual tem maior poder de resolução que a antiga luneta de Galileu.
Cometa revisto 1
Em vez da anunciada possibilidade de colisão, cálculos recentes indicam que o Swift-Tuttle deve reencontrar a Terra entre 10 e 12 de julho de 2126, e de novo entre 11 e 13 de agosto de 2261. O cometa passará a cerca de mais da metade da distância da Terra a Marte.
Cometa revisto 2
Imagens fantasmas criadas por filtros de cores nos telescópios levaram à ilusão de que o núcleo do Swift-Tuttle havia sido fracionado. Imagens feitas no Laboratório Nacional de Astroffsica em dezembro, publicadas na edição passada de SUPER, não mostram fragmentos do núcleo. Se existissem, apareceriam claramente nas imagens brasileiras, que mostram detalhes menores que 3 000 quilômetros.
Cometo revisto 3
O Swift-Tuttle passou mais próximo da Terra a 8 de novembro: 175 milhões de quilômetros. Não tem fundamento, portanto, a noticia de que haverá copiosa chuva de meteoros associada a ele ainda nesta passagem. Em 12 de dezembro, o cometa passou pelo ponto mais próximo do Sol (periélio): 144 milhões de quilômetros. Agora se afasta. Deve ficar visível meia hora antes do nascer do Sol, no horizonte sudeste, a partir da segunda semana do mês; mas, com o clarão da alvorada e seu fraco brilho (magnitude 9), só através de instrumento especial.
Planetas
Mercúrio: visível acima do horizonte oeste ao anoitecer desde o dia 5. Melhor observá-lo por volta de 21, quando está bem longe do brilho solar (magn. -1,3 a 0,8).
Vênus: visível desde o final da tarde (magn. -4,6),acima do horizonte oeste; se põe cerca de 2h30 depois do Sol.
Marte: visível em Gêmeos todo o mês, do anoitecer até o fim da madrugada (magn. -0,9 a -0,3).
Júpiter: visível em Virgem todo o mês, desde as 22 horas até o amanhecer (magn. -2,3). Estará a oeste de Spica.
Saturno: invisível em fevereiro, por fazer conjunção com o Sol.
Urano, Netuno e Plutão: não são visíveis a olho nu; apenas com instrumentos.