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Pesquisadores desenvolvem piso capaz de converter passos em energia elétrica

Cientistas conseguiram acionar lâmpadas de LED e pequenos dispositivos eletrônicos usando um protótipo de piso de madeira com área pouco menor do que uma folha sulfite. Confira.

Por Carolina Fioratti
6 set 2021, 18h17
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  • Com o avanço da crise climática, a implementação de fontes de energia renovável (como parques eólicos e placas solares) se tornou imprescindível. E uma nova tecnologia, desenvolvida por cientistas do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, promete gerar eletricidade de forma sustentável –e bem debaixo dos nossos pés.

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    A pesquisa, publicada na última semana no periódico científico Matter, traz informações sobre um protótipo de piso de madeira capaz de converter passos em energia elétrica. O novo dispositivo foi chamado pelos cientistas de “nanogerador”. Vamos entender como ele funciona.

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    Para começo de conversa, vale lembrar que a madeira não é um bom condutor de eletricidade. Por isso, ela não trabalha sozinha. Ao material, é adicionado um revestimento de silicone, além de nanocristais. 

    Você provavelmente já esfregou uma bexiga no cabelo de alguém e, depois, observou os fios sendo levantados. Neste experimento, tanto o cabelo quanto o balão são objetos neutros, ou seja, possuem o mesmo número de prótons (carga positiva) e elétrons (carga negativa). Ao esfregá-los, parte dos elétrons presentes no cabelo é transferida para a bexiga. O objeto, antes neutro, fica negativamente carregado.

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    Por outro lado, o cabelo, que perde carga negativa, fica positivamente carregado. As cargas opostas fazem com que os objetos se atraiam. Esse processo, em que ocorre a eletrificação por contato, recebe o nome de efeito triboelétrico

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    De volta ao piso. O silicone é um material tribo-negativo, ou seja, possui a tendência de atrair elétrons. Já os nanocristais são tribo-positivos, o que significa que, para eles, é fácil perder elétrons. Sabendo disso, os pesquisadores colocaram esses materiais em uma lâmina de madeira e os uniram, como se fosse um sanduíche. Ao pisar no assoalho, eles entram em atrito, fazendo com que os elétrons sejam conduzidos e, consequentemente, gerando corrente elétrica.

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    Os pesquisadores também testaram qual madeira poderia trazer os melhores resultados. Entre as espécies exploradas (balsa, teixo e abeto), a última se destacou. Mais especificamente, o piso de abeto cortado de forma radial (do centro até a extremidade do tronco). Nos testes de geração de eletricidade, pisos com esse material foram 80 vezes mais eficientes, além de se manterem estáveis por até 1,5 mil ciclos de energia. O abeto também foi escolhido devido à sua maior disponibilidade no mercado e preços mais acessíveis. 

    Nos vídeos divulgados pelos pesquisadores, é possível ver um protótipo do piso (com área pouco menor do que uma folha sulfite A4) sendo utilizado para alimentar uma lâmpada LED e outros pequenos dispositivos eletrônicos, como uma calculadora. Confira:

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    Video de uma pessoa batendo com a palma da mão em um pedaço de madeira, enquanto uma outra pessoa conecta um capacitador a uma calculadora e usa a energia gerada para ligá-la

    Vídeo de uma pessoa pisando de meia em um pedaço de madeira, acionando uma lâmpada que está conectada a ele
    (Jianguo Sun, Kunkun Tu, Simon Büchele, Javier Pérez-Ramírez, Ingo Burgert, Guido Panzarasa/Reprodução)

    Bacana, não? Mas vale ressaltar que o nanogerador está em fase inicial de testes. Os próprios cientistas envolvidos no estudo explicaram que os dados divulgados até agora são referentes a uma prova de conceito, ou seja, eles estavam apenas mostrando que a ideia pode funcionar. Agora, eles devem trabalhar no aprimoramento da tecnologia para que, um dia, ela possa ser fabricada e aplicada em espaços de grande circulação de pessoas, como edifícios inteligentes sustentáveis.

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