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Qual é a diferença entre um submersível e um submarino?

Submarinos são autossuficientes: obtêm oxigênio da água do mar. Os nucleares podem navegar por até vinte anos sem reabastecer – as únicas limitações são a comida e a sanidade da tripulação.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 jun 2023, 16h19 - Publicado em 22 jun 2023, 11h25

Em meio ao noticiário sobre as buscas pelo submersível Titan, ficou a dúvida: o que é um submersível, e por que esses veículos são diferentes de submarinos comuns?

A distinção básica é o grau de autonomia de cada embarcação. Um submarino é maior e autossuficiente, equipado com uma fonte de energia duradoura. Existem até submarinos militares com propulsão nuclear, em que um pequeno reator só precisa ser reabastecido a cada vinte anos. Uma tecnologia parecida move os gigantescos porta-aviões das marinhas dos EUA e de outros países.

Não fosse a limitação nos suprimentos (e a sanidade mental da tripulação), essas máquinas poderiam permanecer na água indefinidamente, como o Nautilus imaginado por Júlio Verne no livro Vinte mil léguas submarinas. Isso é possível porque o sistema de reposição de oxigênio usa como matéria prima a própria água do mar.

O passe de mágica é um procedimento chamado eletrólise, em que uma corrente elétrica separa as moléculas de H2O em H2 (hidrogênio) e O2 (oxigênio). Os submersíveis não têm a tecnologia necessária para remontar as pecinhas de Lego da tabela periódica. Todo o oxigênio vem de tanques embarcados de antemão, ou é suprido por outra embarcação por meio de um tubo flexível.

O primeiro submersível com aplicações práticas, chamado Turtle (“tartaruga”, em inglês) foi usado nos conflitos entre colonos e britânicos pela independência dos Estados Unidos. A máquina de madeira e cobre, inventada pelo americano David Bushnell em 1775, foi pensada para grudar explosivos discretamente no casco dos navios da Marinha Real ancorados em Nova York. Não deu certo. 

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Alguns tanques de água a bordo enchiam para aumentar a densidade do veículo e afundá-lo. Para voltar à superfície, o operador precisava bombear a água de volta para fora manualmente.  A engenhoca steampunk era redonda e usava pequenas janelas redondas para iluminar seu interior. Veja o diagrama abaixo: 

Diagrama do submersível Turtle, uma máquina usada na Revolução Americano para grudar explosivos no casco de navios britânicos.

(Domínio público/Wikimedia Commons)

Hoje, submersíveis ainda têm usos militares (especialmente os não tripulados, controlados remotamente). Mas também servem para oceanografia (a ciência que investiga os oceanos), arqueologia (há muitos artefatos valiosos no fundo do mar), manutenção de cabos submarinos de telefonia e internet, conserto de plataformas de petróleo, resgate de naufrágios, turismo etc.

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Eles geralmente são lançados de navios maiores, que servem como base para sua operação. São pequenos e muito manobráveis, impulsionados por hélices ou jatos d’água. Conforme já mencionado, alguns ficam atados à nave mãe por cabos ou uma espécie de “cordão umbilical” que provê oxigênio, eletricidade e permite a comunicação entre os tripulantes e a superfície.

O mergulho mais fundo já realizado por um submersível tripulado aconteceu em 2019, na fossa das Marianas, o ponto mais fundo do Pacífico (e da Terra como um todo; o buraco chega a 11,5 km abaixo da superfície do mar). O equipamento, comandado pelo explorador ricaço Victor Vescovo e batizado de Limiting Factor, chegou a 10. 928 metros – 16 metros a mais que o recorde anterior, de 1960.

Victor encontrou algumas espécies vivendo a 7 mil metros de profundidade. Mais fundo do que isso, só plástico. Nossa poluição, infelizmente, chegou ao fim do mundo antes de nós.

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