Temporada de caça aos marcianos
A Nasa quer trazer rochas de Marte para ver se há micróbios nelas. Ou fósseis de micróbios, já que só resta por lá água congelada nos pólos
Flávio Dieguez
A Nasa parece que não sabe muito bem o que fazer em relação a Marte: seus planos são suspensos e reativados, um após o outro, e ninguém sabe se está ou não disposta a colonizar o planeta vizinho. Em outubro, a luz verde voltou a acender com o anúncio de que a Nasa fará seis vôos a Marte, nos próximos 10 ou 15 anos. A meta principal é procurar pistas de marcianos – se possível vivos, mas, mais provavelmente, extintos. Os cientistas ficarão felizes se nas rochas que pretendem trazer para a Terra, acharem restos de micróbios mortos há 2,5 bilhões de anos, época em que a água secou na superfície marciana. Acredita-se que hoje o H2O exista apenas em forma de gelo, nos pólos ou em depósitos subterrâneos congelados. Os vôos, segundo o cronograma, terão início em 2003 e prosseguirão, a intervalos regulares, até 2015, data da viagem mais importante. Ela custará, sozinha, 2 bilhões de dólares (quase 4 bilhões de reais) porque, depois de pousar no solo marciano, a nave retornará à Terra trazendo fragmentos de minerais para serem analisados. Com sorte, trará um homenzinho verde – ou, mais modestamente, uma bacteriazinha verde.