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A estrela mais distante já registrada pode não ser o que parece

Novas observações feitas pelo Telescópio Espacial James Webb colocam em dúvida a real natureza do ponto mais distante já captado no universo.

Por Luiza Lopes
19 ago 2025, 08h00

Earendel, a estrela mais distante já observada, pode não ser uma estrela de fato.

Pesquisas recentes indicam que ele talvez seja, na verdade, um aglomerado de astros nascidos de uma mesma nuvem de gás e poeira e ligados pela gravidade, em vez de uma única esfera luminosa como o Sol.

Descoberto pelo Telescópio Espacial Hubble em 2022, Earendel impressionou por ter se formado apenas 900 milhões de anos após o Big Bang, quando o universo tinha cerca de 7% da idade atual. 

Inicialmente, os astrônomos acreditavam tratar-se de um astro isolado ou de um sistema binário, formado por duas estrelas que orbitam em torno uma da outra.

No entanto, novas observações feitas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) e publicadas no The Astrophysical Journal indicam que a luz captada pode vir da combinação de várias estrelas compactadas em um mesmo ponto.

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A detecção só foi possível graças a um fenômeno chamado lente gravitacional.

Objetos muito massivos, como aglomerados de galáxias, curvam o espaço-tempo ao seu redor, desviando e ampliando a luz de corpos distantes, como se uma enorme lente estivesse aumentando a imagem. 

No caso de Earendel, a ampliação proporcionada foi de pelo menos 4.000 vezes, permitindo que os astrônomos observassem algo que, de outra forma, seria invisível.

Esse alinhamento quase perfeito é raro e explica a visibilidade de um objeto situado a 12,9 bilhões de anos-luz da Terra.

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Para entender melhor a natureza do objeto, pesquisadores utilizaram os instrumentos Near Infrared Imager (NIRCam) e o espectrógrafo NIRSpec do JWST. 

O estudo do espectro da luz – ou seja, a forma como sua intensidade varia em diferentes comprimentos de onda – mostrou padrões compatíveis com os de aglomerados globulares, grupos esféricos e densos que podem abrigar centenas de milhares de astros nascidos juntos. 

Diferente de aglomerados abertos, que têm poucas estrelas dispersas, esses conjuntos compactos são como pequenas cidades de estrelas em um espaço relativamente reduzido.

“O que é reconfortante neste trabalho é que, se Earendel for realmente um aglomerado estelar, não é inesperado!”, afirmou Massimo Pascale, doutorando em astronomia na Universidade da Califórnia, Berkeley, e principal autor do estudo, à Live Science.

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“[O estudo] conclui que o objeto parece bastante consistente com a aparência que esperaríamos para aglomerados globulares nos primeiros bilhões de anos do universo.”

Brian Welch, pesquisador da Universidade de Maryland que liderou a equipe que descobriu Earendel, ressaltou que ainda não é possível confirmar sua classificação. 

“Na resolução espectral do NIRSpec, o espectro de um astro isolado e de um aglomerado pode ser muito semelhante. É importante considerar todos os dados disponíveis para classificar corretamente objetos tão distantes e ampliados”, disse à Live Science.

Uma forma de avançar é observar os efeitos de microlentes, uma variação da lente gravitacional em que objetos menores no primeiro plano alteram temporariamente o brilho de corpos mais distantes. 

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Essas variações são mais perceptíveis em objetos pequenos ou individuais do que em aglomerados maiores, permitindo aos astrônomos distinguir se se trata de um único astro ou de um conjunto compacto.

Independentemente de ser um corpo solitário ou um agrupamento, Earendel oferece uma oportunidade rara de estudar o universo primitivo. 

Analisar sua luz ajuda a compreender como surgiam e evoluíam os primeiros agrupamentos estelares, quando o cosmos ainda era jovem.

Como observou Pascale, “será emocionante ver o que os futuros programas do JWST poderão revelar sobre Earendel”.

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