Areia que levita pode explicar a formação de montanhas em Marte
Até agora, achamos pouca água no planeta vermelho. Se não chove por lá, como o relevo se forma? Cientistas já têm uma ideia
 
							Quem gastou uns minutos que seja brincando com a ferramenta do Google que permite fazer um tour por Marte deve ter se deparado em algum momento com uma cratera ou, quem sabe, uma montanha. Tudo muito bem, tudo muito bonito, eis que surge uma questão: como aquelas irregularidades do relevo teriam se formado, mesmo com um solo carente de água como é o marciano? Sem chuva, que fator teria moldado a paisagem dessa forma, do jeitinho que as imagens captadas pela Nasa nos mostram?
Um novo estudo, publicado no Nature Communications, reivindica ter encontrado uma possível resposta para esse fenômeno. Tudo acontece graças a uma série de características naturais muito particulares do planeta vermelho, que permitem que a areia levite e se acumule em certos cantos de lá. É isso mesmo que você leu: areia e poeira levitantes fazem e desfazem os morros.
No verão, as temperaturas de Marte podem chegar aos 30ºC. Pode parecer pouca coisa — sobretudo se você estiver acostumado com o calor de Cuiabá, por exemplo — mas é quente o suficiente para derreter os depósitos de gelo espalhados pela superfície. O vapor d’água, então, passa a ficar disponível na atmosfera, que tem 1% da densidade da terrestre. Note que a água não evapora mais a 100ºC, e sim à temperatura de 5°C, por conta da pressão.
Essa combinação de temperatura “alta” + pressão baixa (além da gravidade, de só 3.7 m/s²) faz com que os sedimentos da superfície se agreguem, e sejam transportados para lá e para cá com a ajuda do ar. Segundo estimativas, a força seria suficiente para elevar as partículas a mais de 1,8 m de altura. Depois de transportados, acabam se agregando em lugar diferente do original, modificando a paisagem.
Pelo fato de, por enquanto, conseguirmos mandar astronautas para Marte apenas na ficção (alô, Matt Damon), esse efeito foi observado a partir de experimentos de laboratório. Os cientistas recriaram as mesmas condições atmosféricas e de solo do planeta vermelho, e presenciaram o movimento das partículas. É verdade que aqui na Terra, o efeito durou apenas alguns segundos, mas cálculos mostraram que, em Marte, partículas podem permanecer suspensas por até um minuto — o que facilita bastante o translado e o acúmulo concentrado em determinadas regiões.
“Essas fontes de água líquida precisarão de mais estudos práticos. No entanto, a pesquisa mostra que os efeitos relativamente pequenos que quantidades ínfimas de água causam na superfície de Marte podem ter sido subestimados todo esse tempo”, explicou Jan Raack, que liderou o estudo, em comunicado.
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