Cães podem detectar Covid-19 em menos de um segundo
Cachorros treinados conseguiram identificar se uma pessoa estava infectada, cheirando pedaços de máscaras e roupas usadas por ela, com precisão de 94,3%
A capacidade olfativa dos cães já é nossa conhecida, e eles já são nossos aliados para encontrar drogas e explosivos. Mas o “melhor amigo do homem” também é capaz de farejar algumas doenças, e, recentemente, pesquisadores descobriram que os cães também podem detectar o coronavírus com bastante precisão. Um estudo inglês fez testes com seis cães treinados e descobriu que eles podiam detectar a Covid-19 em roupas usadas por pessoas infectadas com até 94,3% de precisão – identificando corretamente 94 em 100 pessoas infectadas. O teste PCR, o mais preciso que existe, apresenta sensibilidade de cerca de 97%.
Os cães superam os testes PCR em velocidade: eles puderam identificar o “cheiro” do vírus em menos de um segundo, tanto em pessoas assintomáticas quanto em indivíduos com baixa carga viral.
É claro que, por mais treinados, precisos e rápidos que possam ser, os cachorros não chegariam a substituir os testes PCR. Mas a ideia é que eles possam realizar triagens em aeroportos ou eventos de grande porte, rastreando rapidamente alguns “suspeitos” para que estes façam o teste PCR confirmatório e a devida quarentena. Países como Finlândia, França e Líbano já têm projetos semelhantes em seus aeroportos, por exemplo.
O estudo ainda precisa ser revisado por outros cientistas, mas já foi divulgado na sexta-feira (21) e está disponível neste link.
Como foram feitos os testes
Os pesquisadores recorreram a cães farejadores e de resgate, das raças labrador, golden retriever e cocker spaniel. A cientista Claire Guest, uma das autoras da pesquisa, afirma que essas são algumas raças de cães que geralmente apresentam bons farejadores: “São cães que amam explorar, são bastante amigáveis e gostam de trabalhar em lugares públicos”.
Eles foram treinados por oito a dez semanas, sendo recompensados com guloseimas ou brinquedos ao indicar corretamente uma amostra com o Covid-19. Para realizar os estudos, foram coletadas amostras de máscaras faciais utilizadas por 3 horas, além de meias e camisetas usadas por 12 horas. Cada amostra foi embalada individualmente e armazenada em temperatura de -20°C até seu uso na pesquisa.
No momento da avaliação, os cães eram levados até algumas amostras para identificar as contaminadas e ignorar as demais. Cada animal, ao identificar o “cheiro” da Covid-19, dá um sinal diferente aos pesquisadores: pode abanar o rabo, soltar um gemido ou ficar imóvel “encarando” a amostra. Os cães do estudo apresentaram resultados com até 94,3% de sensibilidade (detectando corretamente casos positivos do vírus) e até 92% de especificidade (ignorando corretamente casos negativos).
Pesquisas anteriores com cães
A cientista Claire Guest é a autora principal do estudo e diretora de um centro de pesquisa chamado Medical Detection Dogs. Formada em 2008, a instituição treina cães que podem detectar mudanças de odor em pessoas com diabetes e outras doenças graves antes de sua saúde piorar – mostrando que é hora de agir e procurar ajuda.
Guest também pesquisa a capacidade de cães identificarem câncer, Parkinson e outras doenças. Antes do início da pandemia, a cientista tinha acabado de demonstrar em um estudo que cães podem detectar a malária. Ela trabalha com cachorros há bastante tempo. Em 2002, por exemplo, Guest pôde demonstrar, em estudo realizado com um grupo de cientistas, que cães treinados podiam identificar a urina de pessoas com câncer de bexiga.
A cientista acredita que os resultados do estudo sobre o covid-19 “são mais uma evidência de que os cães são um dos biossensores mais confiáveis para detectar o odor de doenças humanas”. “Nosso estudo mostra o enorme potencial dos cães para ajudar na luta contra a Covid-19″, afirma.
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