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Estudo revela como esta cobra de 5 metros faz para engolir animais inteiros

A píton birmanesa é capaz de deglutir jacarés e veados - animais seis vezes maiores do que ela deveria conseguir engolir. E o segredo está numa característica especial de suas mandíbulas.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 10 out 2022, 18h47 - Publicado em 10 out 2022, 18h46

As pítons birmanesas são uma espécie de cobra que vive no sudeste da Ásia. Costumam ter entre 3 e 5 metros de comprimento e são carnívoras. Por não terem veneno, a forma com que atacam e matam suas presas é por constrição – elas se enrolam em torno da vítima e a apertam, cortando seu fluxo sanguíneo. 

Uma vez morta, a píton engole a presa por inteiro. Para elas, tamanho não é um problema: as pítons birmanesas podem ingerir presas até seis vezes maiores do que outras cobras de mesmo tamanho poderiam, o que inclui veados e até jacarés inteiros.

Um novo estudo detalha justamente como os mecanismos biológicos e as características únicas que possibilitam que as mandíbulas das pítons se abram o suficiente para devorar praticamente qualquer criatura que encontrem.

Na pesquisa, quatro pesquisadores examinaram mais de perto a biologia dessa enorme cobra e, principalmente, sua enorme abertura de mandíbula. Eles descobriram que, para ajudar suas bocas já grandes a se abrirem ainda mais, as pítons birmanesas desenvolveram uma pele super elástica entre suas mandíbulas inferiores, o que lhes permite devorar animais ainda maiores do que poderiam.

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Ao contrário das mandíbulas inferiores de humanos e outros mamíferos, as mandíbulas inferiores das cobras não são fundidas, mas apenas frouxamente conectadas com um ligamento elástico, o que permite que elas se abram mais do que as nossas.

“A pele elástica entre os maxilares inferiores esquerdo e direito é radicalmente diferente em pítons. Pouco mais de 40 por cento de sua área total de abertura, em média, é de pele elástica”, conta Bruce Jayne, coautor do estudo.

Para ver como a boca das cobras se compara ao tamanho do corpo, os pesquisadores também examinaram a boca de espécies da cobra-arbórea-marrom capturadas na natureza e em cativeiro, comparando com a das pítons birmanesas.

Essas cobras, por sua vez, são menores e levemente venenosas, caçam pássaros e outras pequenas presas nas copas das árvores nas florestas.

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Ao medir as duas espécies e o tamanho de suas potenciais presas, os pesquisadores estimaram os maiores animais que elas poderiam comer, e os benefícios relativos de ingerir diferentes presas, desde ratos e coelhos a jacarés e veados.

Os dados sugerem que as cobras menores têm mais a ganhar com um tamanho de abertura maior que lhes permita comer presas relativamente maiores. As pítons, por exemplo, têm uma vantagem sobre outras cobras do seu tamanho, já que contém uma variedade maior de presas em seu cardápio.

O tamanho corporal maior não apenas abre a possibilidade de caças para as cobras, mas, segundo os pesquisadores, também as ajuda a ficar fora da mira de outros predadores.

“Uma vez que essas pítons atingem um tamanho razoável, são praticamente apenas os jacarés que podem comê-las”, afirma Jayne. “Mas as pítons também comem jacarés.”

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