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Conversamos com Tracy Caldwell, uma das astronautas que inspiraram “Perdido em Marte”

A astronauta ajudou Jessica Chastain a interpretar a comandante Melissa Lewis

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 nov 2016, 19h10 - Publicado em 26 fev 2016, 21h45

Quando Perdido em Marte chegou aos cinemas, muita gente achou que se tratava de uma história real. Não é. O homem ainda não chegou a Marte, e nenhum astronauta foi dado como morto e passou um tempão tendo que se virar em um planeta deserto. Mas a confusão é natural – o filme teve consultoria da Nasa, e a agência americana deu vários toques preciosos para os produtores, de maneira que o longa conseguiu até prever algumas coisas (como o fato de realmente estarem preparando batatas para serem cultivadas no Planeta Vermelho). O ponto é: para que tamanha sensação de realidade fosse passada, algumas pessoas que realmente sabiam do assunto tiveram que entrar no meio dos cineastas. Uma dessas pessoas é Tracy Cadwell Dyson.

Tracy é uma astronauta. Não qualquer astronauta – uma das boas. Em 2007, ela foi pela primeira vez ao espaço e, aos 36 anos, se tornou a primeira pessoa que nasceu depois de Apolo 11 a sair da terra. Depois disso ela voltou mais uma vez, em 2010, quando ficou seis meses fora da órbita terrestre. Cinco anos depois de estar em gravidade zero, ela teve outra missão: explicar para a atriz Jessica Chastain o que ela deveria fazer para interpretar com propriedade Melissa Lewis, a comandante de Perdido em Marte.  

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Chastain se encontrou com a astronauta no centro espacial de Houston, onde ela apontou como é a vida de quem viaja pelo espaço. “Ela queria saber como é ser uma astronauta”, contou Tracy à SUPER. E como é? “Tudo depende do veículo em que você está. Em uma espaçonave, o trabalho da comandante é liderar. A gente tem que trabalhar em equipe, enquanto alguém organiza tudo. É como ser capitã de um time de futebol americano”, explica.

Apesar do plano geral ser importante para Hollywood, foram nas sutilezas que as conversas entre Tracy e Chastain focaram. “Jessica me questionou muito sobre detalhes, que lhe ajudaram a construir a personagem”, afirma Tracy. “Um dia ela me perguntou se podíamos usar joias no espaço, por exemplo (nós podemos, evitamos usar peças como colares, mas anéis são liberados). Isso acabou sendo importantíssimo. A personagem dela é casada, assim como eu sou, e ela ficou extremamente feliz em conseguir representar isso com alianças.  Esse tipo de conversa acontecia bastante, e elas foram ótimas.”

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Perdido em Marte é dirigido por Riddley Scott, o mesmo cara por trás de Alien e Prometheus – filmes de ficção científica protagonizados por mulheres. Apesar de Perdido ter Mark Watney (Matt Damon) como protagonista, a importância feminina na trama mantém os padrões de Scott. Lewis é chefe de Watney, e em momento algum sua autoridade é questionada por ela ser mulher. Além disso, a comandante tem um papel decisivo na trama, fazendo escolhas que definem o destino dos personagens – principalmente na parte final do longa.

Nada mais natural na vida de uma mulher em posição de autoridade na agência espacial americana. “Eu não sei porque é tão incomum ter mulheres no papel de comandantes nos filmes. Na realidade, elas estão aos montes dentro da Nasa”, afirma. “Acho que finalmente os roteiristas estão começando a escrever personagens poderosas, então foi aberto esse espaço para uma representação mais real. Esse é meu palpite.”

Para a astronauta da vida real, o destaque é importante, mas o crucial é a forma como o assunto é tratado. “Acho que não podemos tratar a comandante Lewis como uma astronauta mulher. É uma astronauta”, ela diz. “É importante que as coisas sejam tratadas com a maior naturalidade possível. As meninas têm que achar normal ver uma comandante. Isso inspira crianças, não pode ser algo estranho.”

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Com o avanço da tecnologia de efeitos especiais, alguns elementos conseguem convencer quem já presenciou a vida espacial. “A simulação da gravidade parece muito com o que a gente vê no espaço mesmo. É extremamente realista.” Mesmo assim, tem coisas que uma tela de cinema ainda não resolve. “A vista. Ver a Terra do espaço é um privilégio. Eu realmente gostava daquilo, com certeza é o que mais me dá saudade “, lembra Tracy.

Perdido em Marte foi indicado a 7 estatuetas do Oscar – inclusive como Melhor Filme- e, no Brasil, está disponível em DVD, Blu Ray e em cópias digitais. 

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