Empresa começa a plantar árvores transgênicas nos EUA
Espécie desenvolvida pela Living Carbon recebeu um gene de alga - por isso, faz melhor a fotossíntese e cresce 50% mais depressa; ambientalistas temem propagação descontrolada
As árvores, criadas pela empresa americana Living Carbon, são álamos (uma espécie alta, de até 30 metros, típica da Europa) que receberam um gene da alga C. reinhardtii – e, graças a isso, supostamente têm maior capacidade de fazer fotossíntese (1).
O truque está numa enzima chamada RuBisCo (ribulose-1,5-bisfosfato carboxilase oxigenase), que as plantas usam para capturar o CO2 do ar, produzir glicose e liberar oxigênio. Normalmente, a RuBisCo erra bastante: em 20% das vezes, ela pega uma molécula de oxigênio do ar, e não de CO2.
Quando isso acontece, a planta executa um processo chamado fotorrespiração, que é bem menos eficiente. As árvores da Living Carbon, que foram plantadas no estado americano da Geórgia, não têm esse problema – e, por isso, crescem 50% mais rápido. Veja uma muda na imagem acima – a planta transgênica é a da esquerda.
Elas causaram preocupação entre ambientalistas, que temem a propagação descontrolada da planta transgênica. A empresa diz que suas árvores são fêmeas e não produzem pólen, e por isso se reproduzem pouco.
Fonte 1. Enhanced photosynthetic efficiency for increased carbon assimilation and woody biomass production in hybrid poplar INRA 717-1B4. Y Tao e outros, 2022. Plantio em área florestal realizado em fevereiro de 2023