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Humanos usavam técnicas sofisticadas para acender fogo durante a Era do Gelo, segundo estudo

Pesquisadores encontraram três fogueiras pré-históricas na Ucrânia do período mais gelado da última era do gelo, com evidências de fogo que chegava a 600 °C.

Por Eduardo Lima
16 abr 2025, 14h00

Nada melhor que uma fogueira no frio – e olha que você nem sente tanto frio assim, comparado com os Homo sapiens que viveram durante o último período glacial. Essa era do gelo acabou cerca de 10 mil anos atrás, e os arqueólogos sempre assumiram que o fogo foi muito importante para manter nossos ancestrais humanos vivos durante esse período, mas tinham dificuldade para encontrar evidências mais palpáveis do uso do fogo durante o período mais intenso de glaciação. Até agora.

Um grupo de cientistas da Universidade do Algarve, em Portugal, e da Universidade de Viena, na Áustria, conseguiu desvendar alguns dos mistérios sobre o uso de fogo durante a era do gelo. Eles encontraram evidências de três lareiras num sítio arqueológico pré-histórico na Ucrânia, que representam como os humanos usavam fogo há cerca de 20 mil anos, no Paleolítico Superior.

De acordo com a pesquisa, publicada no periódico Geoarchaeology, os europeus da época usavam madeira para construir suas lareiras, e possivelmente abasteciam o fogo com ossos e gordura animal. O fogo não era usado só para aquecer, mas também para cozinhar, criar ferramentas e até organizar reuniões sociais, como luaus pré-históricos.

A última era do gelo teve seu ápice entre 26.500 e 19.000 anos atrás, mas com pouquíssimas evidências de uso de fogo na Europa durante esse período. Essas fogueiras ucranianas, todas da época mais gelada da última glaciação, ajudam a entender as técnicas sofisticadas que os Homo sapiens estavam usando para se aquecer.

Mais de 600 °C

Os arqueólogos fizeram uma análise microestratigráfica do sítio arqueológico, estudando minuciosamente cada estrato rochoso do solo. Com testes de micromorfologia, que analisa a composição das rochas, e de colorimetria, eles conseguiram identificar três lareiras simples, de madeira.

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Com esses experimentos, eles conseguiram descobrir que uma dessas lareiras pré-históricos chegou a alcançar temperaturas de mais de 600 °C, o que mostra que essas pessoas conseguiam lidar com a pirotecnia de forma avançada e complexa, mesmo no frio intenso do Leste Europeu pré-histórico.

A análise da composição do carvão indica que a madeira de preferência deles era o abeto, árvore do gênero Picea muito comum nas florestas de coníferas do hemisfério norte. De acordo com os arqueólogos, é muito provável que a madeira não fosse o único combustível das fogueiras, com evidências de ossos e gordura

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Essas lareiras eram abertas e planas, e sugerem que os humanos da época sabiam usar e controlar o fogo de várias maneiras. Mesmo assim, as poucas evidências da época ainda confundem os cientistas. Será que as evidências das lareiras foram destruídas por causa das condições climáticas da era do gelo, ou será que esses Homo sapiens estavam usando outras soluções tecnológicas, como as roupas, para se esquentar? Mais investigações e escavações na região podem ajudar a entender melhor o assunto.

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