Inflamação é uma das principais características da depressão, mostra estudo
Pesquisadores avaliaram os níveis de uma proteína que denuncia a presença da inflamação em amostras sanguíneas de cerca de 86 mil pessoas.
Uma pesquisa feita com cerca de 86 mil pessoas no Reino Unido apontou que indivíduos com depressão apresentam níveis mais altos de inflamação em seu organismo.
A pesquisa foi realizada por pesquisadores da King’s College London, que analisaram a presença da proteína C reativa (CRP) – um marcador de inflamação no organismo – em amostras sanguíneas dos participantes do estudo. Dos participantes, cerca de 27 mil apresentavam diagnóstico de transtorno depressivo crônico, enquanto 59 mil participantes não apresentavam o transtorno.
Segundo os cientistas, os níveis de CRP observados foram “significativamente maiores” nas amostras dos indivíduos com depressão em relação aos que não têm o transtorno – o resultado obtido seria a evidência mais forte que se tem dessa relação até o momento.
Os pesquisadores também consideraram dados genéticos e fenotípicos – isto é, referentes a características possíveis de se observar nos indivíduos, como as físicas – através do UK Biobank, um banco de dados biomédicos do Reino Unido. Eles observaram fatores como idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), tabagismo, consumo de álcool, exposição a traumas e status socioeconômico.
Os mecanismos por trás da ligação entre a depressão e a inflamação permanecem misteriosos, mas os cientistas acreditam que essa descoberta e os dados que obtiveram são importantes para uma melhor compreensão sobre a doença psiquiátrica – e, quem sabe, para o desenvolvimento de diferentes tratamentos para a depressão.