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Nasa confirma o sucesso da missão DART: mudamos a órbita de um asteroide

O teste de uma tecnologia de defesa planetária foi melhor do que o esperado. Entenda o que aconteceu – e por quê.

Por Luisa Costa
Atualizado em 28 dez 2022, 17h59 - Publicado em 13 out 2022, 15h47

Pela primeira vez, a humanidade mudou a trajetória de um corpo celeste. O feito é resultado da missão DART, da Nasa, que lançou uma espaçonave contra um asteroide em 26 de setembro. Agora, a agência espacial tem dados que comprovam: a missão foi um sucesso, e o impacto foi maior do que se imaginava.

O alvo era o asteroide Dimorphos, que está a 11 milhões de quilômetros de nós e orbita um asteroide maior, Didymos. O objetivo da Nasa era mudar a velocidade da pedra alienígena e fazê-la viajar ao redor de Didymos 73 segundos mais rápido. Essa era a mudança mínima bem-sucedida. Mas DART ultrapassou essa meta – em 25 vezes.

Dimorphos levava 11 horas e 55 minutos para orbitar Didymos. O impacto promovido pela agência espacial diminuiu esse tempo em 32 minutos: agora são 11 horas e 23 minutos de viagem. (Considere uma margem de erro de dois minutos.) Embora a redução seja maior do que a esperada, ainda está dentro d0 leque de possibilidades estabelecido anteriormente.

DART é a sigla em inglês para “Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo”. Esta foi a primeira demonstração em grande escala da tecnologia de deflexão de asteroides – uma estratégia de defesa planetária. Não é que a dupla represente uma ameaça para a Terra: Dimorphos não está vindo em nossa direção.

A órbita desses asteroides varia: eles ficam próximos à órbita da Terra ou um pouco além da órbita de Marte (nosso vizinho no Sistema Solar). Didymos tem 780 metros de diâmetro e dá uma volta ao redor do Sol a cada 2,11 anos. Dimorphos, o menorzinho da dupla, tem 160 metros de diâmetro – acredita-se que ele seja de um tamanho próximo ao da Grande Pirâmide de Gizé.

O pessoal da Nasa acompanhou ao vivo o impacto da espaçonave suicida (e não tripulada) com a câmera Draco – o único instrumento a bordo, que também apoiou o sistema de navegação autônoma. Mas o trabalho não acabava ali: foram duas semanas de coleta e análise de dados para avaliar os resultados da missão.

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Gif animado da aproximação com o asteroide Dimorphos antes do impacto.
(NASA/Divulgação)

Como o impacto foi avaliado

A agência espacial precisava descobrir se realmente foi possível mudar a trajetória do asteroide ou se o impacto não fez diferença. Para isso, contou com dados provenientes de mais de meia dúzia de observatórios ao redor do mundo.

Como a dupla de asteroides está a milhões de quilômetros da Terra, eles são vistos como um único ponto de luz no céu noturno. Mas os cientistas podem identificar, com telescópios ópticos, como o brilho da dupla muda à medida que Dimorphos passa na frente de Didymos. Assim é possível avaliar a duração da viagem – ou o “período orbital”.

A Nasa complementou esses dados com observações de radar: uma técnica que oferece uma visão mais clara dos asteroides (e de outros corpos celestes próximos), porque não se vale da luz que eles emitem. Os sistemas de radar transmitem ondas de rádio ou micro-ondas, que rebatem em um alvo escolhido e são captadas de volta por uma antena. Os cientistas analisam os sinais refletidos e assim podem determinar a distância entre objetos no espaço, por exemplo. É o que aconteceu com Dimorphos e Dydimos.

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A equipe da Nasa responsável pela DART divulgou os resultados da missão na última quinta (11), mas continua recebendo dados de diversos observatórios para atualizar a medição do período orbital – e torná-la mais precisa.

“À medida que novas informações chegam, os astrônomos podem avaliar melhor se, e como, uma missão como DART poderá ser usada no futuro para ajudar a proteger a Terra de uma colisão com um asteroide, se descobrirmos um vindo em nossa direção”, disse Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciência Planetária da Nasa, em comunicado.

Os cientistas têm algumas hipóteses para explicar por que o impacto causou uma redução tão grande no período orbital. O asteroide pode ser menos denso do que se pensava, e as toneladas de rochas que foram arrancadas e lançadas no espaço com o impacto podem ter aumentado ainda mais a velocidade de Dimorphos. Segundo a Nasa, é como um jato de ar que sai de um balão e o envia na direção oposta.

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