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NASA encontrou um “coral” em Marte? Entenda

Formação rochosa registrada pelo rover Curiosity lembra os animais marinhos, mas tem origem exclusivamente geológica.

Por Luiza Lopes
10 ago 2025, 14h00

O rover Curiosity, veículo robótico da NASA que explora Marte desde 2012, registrou uma formação rochosa incomum no final de julho. A observação ocorreu na na Cratera Gale, uma imensa bacia de impacto com 154 quilômetros de diâmetro que preserva vestígios importantes do passado geológico do planeta. 

A imagem foi divulgada na última semana pela agência espacial norte-americana e rapidamente chamou atenção pela semelhança com um pedaço de coral terrestre.

A estrutura, apelidada de Paposo pela equipe científica, mede cerca de cinco centímetros e apresenta ramificações delicadas, como se fossem pequenos galhos minerais.

Ela foi fotografada pela câmera Mars Hand Lens Imager (MAHLI), instalada na extremidade do braço robótico do Curiosity, a apenas alguns centímetros de distância da estrutura. 

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A aparência é resultado de um processo que, segundo comunicado da NASA, começou há bilhões de anos, quando Marte ainda tinha água líquida em abundância. Naquele período, a água rica em minerais dissolvidos penetrou em fissuras da rocha. 

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Com o tempo, a evaporação deixou para trás depósitos endurecidos que resistiram à ação dos ventos. A erosão contínua removeu o material mais frágil ao redor e expôs as camadas minerais, criando o formato ramificado que lembra um coral.

Assim, o uso do termo “coral” para descrever Paposo é apenas uma comparação visual. Na Terra, corais verdadeiros são animais marinhos que vivem em colônias, formados por milhares de pólipos que secretam carbonato de cálcio e constroem estruturas rígidas. 

Essas formações, conhecidas como recifes, estão entre os ecossistemas mais ricos do planeta, abrigando uma diversidade impressionante de peixes, invertebrados e algas. 

Embora tenham aparência estática, os corais são organismos vivos e sensíveis, dependentes de condições ambientais específicas, como temperatura da água e níveis adequados de luz solar. Em Marte, não há qualquer indício de que estruturas como Paposo tenham origem biológica.

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O Curiosity já havia registrado outras formações inusitadas criadas pelo mesmo tipo de processo geológico, como a rocha em formato de flor fotografada na Cratera Gale em 2022. 

O local onde Paposo foi encontrado está próximo das chamadas “formações em forma de caixa”, que são redes de cristas subterrâneas ligadas à antiga presença de água. Essas formações estão nas partes mais baixas do Monte Sharp, uma montanha de cinco quilômetros que fica no centro da cratera e que o rover vem subindo lentamente.

A descoberta reforça o entendimento de que Marte teve um passado muito mais dinâmico do que sua paisagem árida e fria sugere atualmente. Formações como Paposo são testemunhos da interação entre água, minerais e erosão ao longo de escalas de tempo imensas. 

Elas ajudam a reconstruir um cenário em que rios, lagos e lençóis subterrâneos modelavam o terreno e, possivelmente, criavam ambientes favoráveis ao surgimento de formas de vida microscópicas.

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O Curiosity, do tamanho de um pequeno SUV e alimentado por um gerador nuclear que converte o calor da decomposição do plutônio em eletricidade, segue em operação apesar do desgaste acumulado. 

Problemas mecânicos e redução gradual na produção de energia exigiram adaptações. Recentes atualizações de software permitiram que o rover executasse múltiplas tarefas de forma mais eficiente e encerrasse suas atividades mais cedo, poupando energia e prolongando sua vida útil. 

“No início da missão, éramos mais como pais cautelosos. É como se nosso rover adolescente estivesse amadurecendo e confiássemos que ele assumiria mais responsabilidades”, afirmou Reidar Larsen, engenheiro do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em comunicado

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