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Nasa financia projeto para construir telescópio no lado oculto da Lua

Ele ficaria alocado dentro de uma cratera lunar, nos mesmos moldes do radiotelescópio de Arecibo, construído em 1963 na cova de um vulcão.

Por Carolina Fioratti
23 abr 2020, 13h50

Nas últimas semanas, um projeto ousado inscrito no programa de inovação da Nasa chamou a atenção dos cientistas. Saptarshi Bandyopadhyay, especialista em robôs do Jet Propulsion Laboratory (JPL), propôs a construção de um radiotelescópio no lado oculto da Lua. Sua ideia foi selecionada para a fase I – em que os pesquisadores devem avaliar a viabilidade do plano – e recebeu apoio financeiro de US$125 mil. 

Para quem não sabe, galáxias, estrelas, buracos negros e outras fontes cósmicas emitem ondas de rádio – que são ondas eletromagnéticas como as da luz que você, só que mais compridas. Quando os cientistas conseguem ter acesso a esses sinais, fica mais fácil estudar a história do universo. Um radiotelescópio é feito para detectar essas ondas e alcançar aquelas informações que só os telescópios ópticos não dariam conta de captar. Eles não tem lentes: são imensas antenas parabólicas deitadas no chão. 

Há alguns desses aparelhos já bem conhecidos. É o caso do Radiotelescópio Esférico com Abertura de 500 Metros (FAST), construído no sudoeste da China em 2016, que tem como objetivo a busca por vida extraterrestre. Outro, um pouco menor que este, mas tão famoso quanto, é o Radiotelescópio de Arecibo, construído na cratera de um vulcão porto-riquenho em 1963. Ele tem 305 metros de diâmetro e procura estudar a ionosfera terrestre.

Mas esses gigantes enfrentam alguns problemas, como a interferência de rádio produzida pelos seres humanos e também a barreira criada pela atmosfera, que impede a chegada de algumas ondas espaciais até os aparelhos.

O Telescópio de Rádio da Cratera Lunar (LCRT) idealizado por Bandyopadhyay evitaria todas essas adversidades. O outro lado da Lua, que não está virado para a Terra, não recebe essas emissões humanas. Além disso, ele conseguiria observar emissões eletromagnéticas em comprimentos de onda superiores a 10 metros, que costumam ser refletidos pela atmosfera. Isso nos daria uma visão dos processos que ocorreram no espaço quando as primeiras estrelas ainda estavam nascendo, há mais de 13 bilhões de anos.

Mas, de que forma será possível construir o LCRT? Vamos ter que mandar engenheiros para o espaço? Na verdade, sim, só que são construtores robôs. A ideia é que, nessa primeira fase de pesquisa, os cientistas avaliem uma boa cratera que tenha entre três e cinco quilômetros de diâmetro para abrigar a construção. Então, se todas as condições se mostrarem viáveis e o projeto caminhar para as fases II e III da Nasa, a gigante estrutura seria armada por rovers DuAxel, capazes de escalar com facilidade as inclinações da cratera. Ao final, teríamos cerca de um quilômetro de antena parabólica na lua.

(Saptarshi Bandyopadhyay/Nasa/Reprodução)

Não se pode afirmar que o projeto vai sair do papel. Mas, uma coisa é certa: ironicamente, estamos cada vez mais perto do começo de tudo. 

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