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O planeta Mercúrio pode ter uma camada de diamante por baixo da superfície

As condições do planeta há 4 bilhões de anos foram recriadas em laboratório e os cientistas se surpreenderam com o cenário propício para formar diamantes.

Por Eduardo Lima
25 jun 2024, 14h00

Mercúrio pode estar guardando um tesouro centenas de quilômetros abaixo de sua superfície: uma grossa camada de diamantes. Pelo menos é o que diz um experimento publicado na Nature Communications que recriou as condições antigas do planeta mais próximo do Sol.

O diamante, cristal que se tornou símbolo de luxo e riqueza, é uma forma alotrópica do carbono, o elemento químico essencial para a vida. Ele forma, naturalmente, estas pedras preciosas e a grafite.

Mércúrio, o menor planeta do sistema solar, é rico em carbono. Quem descobriu isso foi a sonda Messenger, da Nasa, que orbitou o planeta entre 2004 e 2015 e mostrou sua superfície coberta de grafite. O elemento químico muito provavelmente também está presente no interior do globo, onde ele pode se manifestar de formas diferentes dependendo da temperatura e da pressão.

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Recriando um planeta num laboratório

Cientistas da Universidade de Liège, na Bélgica, recriaram em laboratório as condições do interior de Mercúrio há 4 bilhões de anos, quando o planeta inteiro era só um grande oceano de magma em volta de um pequeno núcleo metálico.

Para recompor esse antigo planeta, os pesquisadores se valeram de misturar compostos que eles sabem que existiam em Mercúrio na época, como enxofre, titânio e dióxido de alumínio, em uma prensa mecânica de bigorna feita de grafite rica em carbono.

A pressão exercida pela prensa, de sete gigapascals, é equivalente a 69 mil vezes a pressão da atmosfera da Terra no nível do mar. Eles aqueceram a mistura a 2000 °C, e os elementos químicos derreteram completamente quando os termômetros atingiram 1900 °C. Os cientistas explicam que essa seria a temperatura do oceano de magma de Mercúrio, quando o planeta foi formado.

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As condições encontradas no experimento são teoricamente ótimas para a formação de diamantes: se a temperatura tivesse sido um pouco maior, o carbono se transformaria em grafite. O oceano de magma mais frio do que eles imaginavam traz maiores as chances de se formarem diamantes estáveis.

Os cientistas acreditam que os diamantes se formaram no núcleo e, depois de alguns milhões de anos, se estabilizaram como uma camada entre ele e o manto. Hoje, pode ser que essa faixa de cristais tenha até 200 metros de grossura, com 1% da massa total de Mercúrio composta por diamantes.

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