Relâmpago: Revista em casa a partir de 10,99

Peixe-bolha: de “mais feio do mundo” para “peixe do ano” da Nova Zelândia

Eleito por voto popular por causa de sua "beleza não convencional", o peixe-bolha superou o bullying e foi homenageado.

Por Eduardo Lima
21 mar 2025, 16h00

Todo mundo gosta de uma história de superação. Nosso azarão, o peixe-bolha, foi eleito em 2013 o “animal mais feio do mundo” pela Ugly Preservation Animal Society (em português, “sociedade de preservação dos animais feios”). Todos os animais merecem amor e cuidado, de acordo com eles. Mesmo aqueles animais que não são tão fofinhos quanto os pandas.

A intenção da organização foi nobre, mas desde então o Psychrolutes marcidus que habita as profundezas do mar nas costas da Austrália, da Tasmânia e da Nova Zelândia foi xingado e vilipendiado pelo público e por colegas repórteres.

O jornal britânico The Guardian chamou o animal de “Jabba, o Hutt marinho”. A primeira foto do animal, de 2003, foi o primeiro passo em uma marcha de humilhação pública que culminou com o título de Feioso Supremo.

Na Super, tenho orgulho de dizer que não nos juntamos à roda de bullying com o pobre animal. Explicamos que a aparência diferente do peixe-bolha só surge depois que ele é retirado de seu habitat natural, onde ele tem uma cara relativamente normal. Em profundidades de 600 a 1.200 metros, o corpo flácido ajuda o peixe a suportar uma pressão que pode ser cem vezes maior que a pressão atmosférica ao nível do mar.

Agora, o peixe-bolha recebeu um novo título, mais prestigioso que “animal mais feio do mundo”. O Psychrolutes marcidus foi eleito “peixe do ano” na Nova Zelândia, numa tentativa de conscientizar a população sobre a importância de preservar o frágil ecossistema marinho. Esse prêmio foi organizado pelo fundo de conservação Mountains to Sea, organização que desenvolve programas de conservação e educação ambiental.

Continua após a publicidade

“Beleza não convencional” aclamada por voto popular

Apesar da suposta feiura, o peixe-bolha recebeu o prêmio de “peixe do ano” por uma eleição popular organizada no site da Mountains to Sea. Foram 5.583 votos no total, muito mais que a eleição de 2024, com só 1.021. O vencedor teve uma diferença de quase 300 votos em relação ao segundo colocado, o peixe-relógio (Hoplostethus atlanticus). Kim Jones, a co-diretora do fundo de conservação, disse que a “beleza não convencional” do Psychrolutes m. foi essencial para a vitória.

Compartilhe essa matéria via:

Um peixe-bolha chegar a 30 cm de comprimento. Eles são endêmicos (isto é, exclusivos) da Oceania e estão ameaçados pela pesca predatória. Ainda que não seja considerado comestível esse pescador discorda e achou uma delícia nosso amigo bolhudo acaba capturado na mesma rede que peixes com algum valor econômico.

Continua após a publicidade
O peixe-bolha é um animal misterioso: é difícil estudá-lo por causa da dificuldade de chegar às profundezas abissais que ele habita. Ele se alimenta principalmente de crustáceos e parece ser um animal introvertido: em todas as vezes que foram avistados, os peixes da espécie estavam sozinhos.

Atualmente, tanto o peixe-bolha quanto seu rival, o peixe-relógio, estão sofrendo com o aquecimento dos oceanos causado pela crise climática. Não contente com passar duas décadas chamando ele de feio, a humanidade continua dedicada a explorar combustíveis fósseis, emitir gases de efeito estufa e acabar com o habitat desses peixes. De que adianta ser bonito por fora quando se é feio por dentro?

Continua após a publicidade
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.